29/09/2013

Moçambique, (penosa) luta pela sobrevivência...

Todos os dias, dezenas de indivíduos submetem-se a penosas jornadas de trabalho para extrair ouro na zona de Tsiquire, a sensivelmente 10 quilómetros da vila municipal da Gorongosa, na província de Sofala. Na sua maioria são jovens e adolescentes que abandonam a escola para ganhar o sustento diário arriscando a vida.

Há também casos de professores e membros da Polícia moçambicana que procuram aumentar a sua renda mensal recorrendo ao garimpo. A atividade acontece aos olhos das autoridades locais que se mostram inoperantes. A aproximadamente 10 quilómetros da área municipal da Gorongosa um mundo à parte, criado pela necessidade de sobrevivência, ganha vida a cada novo dia. Os vastos campos de mapira, que sobressaem aos olhos de quem por lá passa, não escondem uma atividade que cresce a uma velocidade estonteante nos últimos tempos.


A miséria, o desemprego e a urgência de ganhar dinheiro para subsistir arrastam dezenas de jovens e adolescentes para essa "indústria" que prospera informalmente naquele ponto do país. Têm entre 16 e 30 anos de idade, alguns dispõem de baixo grau de escolaridade e outros nunca sequer se sentaram num banco de uma sala de aulas. Sem opção, nem profissional e tão-pouco de formação, pensam, invariavelmente, numa única coisa: extrair ouro. Este é o perfil de grande parte das pessoas que, todos os dias, se desloca até Tsiquire, uma área de pouco mais de 2500 hectares que se transformou no posto de trabalho de dezenas de indivíduos.


Neste local, os dias começam muito cedo e só terminam quando o sol se põe.


A febre do ouro


Felizardo Sandes chegou há seis meses a Gorongosa, oriundo da vila de Caia, na província de Sofala. Ele tem um currículo robusto no que diz respeito à atividade de garimpo. Porém, começou perscrutando potenciais compradores de minérios extraídos no distrito de Gilé, na Zambézia, mas logo descobriu que a evulsão de ouro dava mais dinheiro. Presentemente, arrenda uma pedaço de terra, de dimensão 20 por 30 metros, em Tsiquire. Paga 30 meticais pelo espaço por dia e, em média, amealha 15 mil por mês. Ele afirma que já trabalhou em mais de 10 minas do país no decorrer dos seus 26 anos de idade, atrás de uma vida melhor. "Eu procuro ganhar dinheiro para sobreviver, tenho uma família por cuidar", diz. Já Joaquim Malia, de 35 anos de idade, trabalha para um grupo de cidadãos estrangeiros, de que desconhece a proveniência. "Eles não falam português, mas nós entendemo-nos.


Devem ser sul-africanos, pois eles falam inglês", afirma. No princípio, o jovem era apenas um simples garimpeiro, e conta que a atividade era bastante desgastante. Entrava por volta das 5h00 da manhã, só saía às 18h00 com dores em quase todo o corpo, e tinha um intervalo de apenas 30 minutos para tomar o almoço. Muitas vezes, via-se obrigado a passar a noite naquele local. Hoje, ele tem a responsabilidade de supervisionar o trabalho de um conjunto de seis trabalhadores. Como Sandes e Malia, existem dezenas de jovens que sobrevivem da mesma atividade na vila sede de Gorongosa, onde a atividade é desenvolvida de forma impetuosa.


Juca Marinta, de 28 anos de idade, tem a 10ª classe concluída há dois anos. Recentemente, interrompeu a 11ª classe para se dedicar à exploração de ouro em Tsiquire. E a justificação imediata para a decisão é a falta de emprego e a necessidade de garantir o sustento diário da família. Quase todas as semanas, há relatos de pelo menos dois acidentes nas minas de Tsiquire em Gorongosa.


No início do mês em curso (Julho), um rapaz, de 17 anos de idade, sobreviveu a uma queda. Um pedaço de terra no qual se encontrava de pé desabou, tendo ficado aproximadamente uma hora dentro de uma cratera com pouco mais de dois metros de profundidade. No passado mês de Junho, um outro jovem teve a perna esquerda entalada num buraco. Neste ano, a pior situação aconteceu em Abril último e a vítima chama-se Marinta. Ele foi resgatado com vida pelos seus colegas depois de três horas soterrado. "Não sei explicar o que me teria acontecido, de repente senti muita areia por cima de mim. No momento, perdi a consciência", conta. O jovem encontrava-se no interior de uma cratera provocada pela atividade de garimpo, quando parte de terra desmoronou.


O incidente não foi argumento suficiente para desencorajar Juca Marinta, até porque, à semelhança de tantos outros que para lá se dirigem, a necessidade de garantir o sustento diário é imperiosa. Volvidos três semanas, o jovem retomou à actividade. "Procuro tomar o máximo de cuidado possível, mas acidente é acidente e ninguém pode prever quando irá acontecer", diz o garimpeiro. A exploração de ouro não só atrai os jovens e adolescentes. Há cada vez mais professores e agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) a nível do distrito de Gorongosa a trocarem os seus postos de trabalho pelas minas de Tsiquire. A título de exemplo, quando nos aproximámos de um dos acampamentos instalado naquele local, um garimpeiro que não quis ser identificado pediu-nos para que não fosse fotografado. Quando nos apresentámos como jornalistas do Jornal @Verdade, sentiu-se descontraído, tendo afirmado que já conhecia o semanário em Maputo, onde morava antes de ser transferido para a província de Sofala, e questionou a razão de a publicação ser de distribuição gratuita. Desembaraçado, revelou que é um membro da PRM e que estava ali à procura da vida. "Não sou único neste local, há pelo menos seis polícias nestas minas", afirma.


Embora negue o abandono do posto de trabalho para se dedicar ao garimpo, o professor de carreira N3 que se identificou simplesmente por Mendes também é um dos funcionários públicos que faz das minas de Tsiquire uma alternativa ao emprego. Com dois adolescentes trabalhando para si, o docente procura um rendimento estável, e afirma que nos últimos tempos tem sido difícil extrair ouro naquele local. Trabalho "forçado" A zona de Tsiquire foi transformada num acampamento, onde pequenas cabanas improvisadas albergam os garimpeiros que todos os dias se dedicam àquela atividade exercida de forma penosa, até porque os mesmos não dispõem de meios à altura para a exploração mineira. Debaixo de um sol escaldante, sem as mínimas condições de trabalho, os jovens travam uma batalha de caça ao ouro.


Ignorando o iminente risco de desmoronamento de terras, eles descem até grandes profundidades, submetendo-se ao exercício braçal e degradante em jornadas quase intermináveis. Pá e picareta são os únicos instrumentos usados. Naquele ponto, a tabela de preços é definida pelos próprios garimpeiros. Nenhum aceita trabalhar por menos de 100 meticais por dia. "Este é o valor que definimos como o mínimo neste local. Quem aceitar abaixo disso, é expulso deste ponto", explica o jovem que se identificou por Vasco. Mas a maior inquietação não é cair numa cratera ou morrer soterrado, pelo contrário, é a extorsão que sofrem por parte dos agentes da Polícia que por ali circulam esporadicamente.


No YouTube há estes vídeos:



in @ Verdade



28/09/2013

Desentupimentos CDU

democrata norte-coreano Bernardino Sóares encosta-se aos desentupimentos, com piquete aberto 24 horas, lá para os lados de Loures.

Um perigo: mais barracas para angariar mais clientes!


27/09/2013

Tempo de reflexão

E para que não restem dúvidas, o melhor candidato autárquico às eleições de 2013:

26/09/2013

Firme e hirto !

Eleitoras: candidato desbragado, ligado ao "Movimento CU pela Picha", anda à solta.



25/09/2013

Carta aberta aos "libertadores" da Pátria

Peço a Vossa Excelência ia para que aceite o meu pedido de publicação desta carta no jornal que sabiamente dirige.

Não sou jovem, pertenço à geração dos da luta armada. Não fui à luta armada porque nem todos deveríamos lá ir e nem tive condições para o efeito.

Naturalmente, compreendi as razões da luta armada de libertação em 1970 e, a partir daí apoiei e acreditei no que a falecida Ivete Mboa, na altura, me dizia.

Entre muitas coisas, ela vincava que lutar para libertar a terra e os homens do jugo colonial português era uma ação justa, pois o sistema vigente era uma coisa dolorosa e detestável.

Ela comparava o colonialismo a alguém que sofria de falta de tudo e que viesse à sua casa pedir para ser acolhido e depois se tornar dono(a) da casa.

Chegou o 25 de Abril de 1974 e o grupo Massinga, Taurino Migano, Sumbana, Muthemba e outros juntaram alguns jovens, na altura, para chamá-los à consciência sobre a luta de libertação e que o futuro ainda era incerto, havendo assim a necessidade de se avançar para várias frentes.

A mim, Ana Maria, Guilhermina, Calisto e Milagre Mazuze coube-nos o trabalho de mobilização na zona sul e, infelizmente, a caminho de Chibuto tivemos um grande acidente donde saí sem uma única lesão, mas os meus colegas ficaram feridos. Porém, antes trabalhei na organização das mulheres para a causa da luta pela formação da nova sociedade, por isso, fui da OMM.

Acreditei e li em livros, dizendo que a Frelimo era um movimento de massas, um movimento anticolonialista, anticapitalista, anti-racista, antirregionalista, anticorrupção de tal sorte que ter amante, na altura, era visto como uma pessoa corrupta. Nunca na época se vislumbrava a dimensão da atual corrupção, daí o facto de ter aderido à revolução encabeçada pela Frelimo com maior vigor por acreditar nos seus ideais.

A avidez por dinheiro era impensável; quanto a mim, o dinheiro, esse sim, era necessário para a satisfação das necessidades básicas, mas tudo o que era ambição exagerada era combatido. Talvez o básico mesmo era suficiente, pois com 5$50 (cinco escudos e cinquenta centavos) dava para um litro de gasolina normal para o meu Volkswagen 1200 que eu tinha e dei boleia a muitos que chegaram da luta de libertação e que, na altura, nem sabiam comer com faca e garfo na mesa.

Anos depois, apesar da sobrevivência com repolho, farinha amarela e peixe sem cabeça que nunca cheguei a saber que peixe era, vivíamos moralmente felizes e, é por isso que aceitávamos ir à machamba do povo, limpar as estradas, ir à colheita do arroz no Chókwè com Jorge Tembe,na altura, Diretor do Complexo Agro-Industrial do Limpopo, ex- colonato do Limpopo.

Mas, deixo para os historiadores o relato das várias etapas por que passou este país e vamos agora à minha indignação dirigida às senhoras e aos senhores libertadores da pátria amada:
DEOLINDA GUEZIMANE,
GRAÇA MACHEL,
MARINA PACHINUAPA,
MONICA CHITUPILA,
MARCELINO DOS SANTOS,
JORGE REBELO,
JOAQUIM CHISSANO,
MARIANO MATSINHE,
ALBERTO CHIPANDE,
RAIMUNDO PACHINUAPA,
SERGIO VIEIRA,
JOAO AMÉRICO MPFUMO,
HAMA THAI,
ÓSCAR MONTEIRO,
PASCOAL MOCUMBI,
PADRE FILIPE COUTO
 Vocês todos respondam-me, por favor, quem foi verdadeiramente o combatente Armando Emílio Guebuza?

Sabem porque? Samora deixou o país destruído pela guerra, mas tinha moral, ética, identidade e espírito de unidade nacional. Dizia que lutava pela unidade de todos mesmo que tivesse sido em teoria; ele procurava refletir a moral do seu povo e ninguém imaginava que o atual presidente estava metido em negócios. Sabem, no meu tempo, filha de uma prostituta subia para o altar de véu e grinalda.

Joaquim Chissano saiu do poder e deixou os cidadãos com alguma moral e esperança. Que me lembre não deixou muita gente tão descontente como estão os cidadãos hoje, sem esperança, sem moral, sem dignidade onde cada um só pensa em roubar para ser rico.

Nunca ouvi o povo tão revoltado e sem esperança como está agora.

Ora, vejamos:
A corrupção aumentou sem qualquer plano de acção para o seu combate; A incompetência dos governantes acentuou-se mais e passamos a ver ministros que nem sequer sabem o que fazem, não conhecem a casa que governam, os problemas dos seus pelouros e não medem palavras quando se dirigem aos cidadãos; a criminalidade aumentou assustadoramente; a sinistralidade está ceifando vidas diariamente nas estradas; os incêndios jamais vistos ocorrem nesta governação; o branqueamento de capitais, o tráfico de órgãos humanos, drogas e armas fazem parte do sistema de uma forma impune.

Os raptos sucedem-se e atingem números que assustam. A comunidade asiática, apesar de ser composta por moçambicanos com igual direito de proteção, nada é feito para a acudir. No mínimo o estado deve esclarecer este fenómeno que, ultimamente, virou crime organizado com impacto social e económico bastante negativo.

As manifestações de vários segmentos sucedem-se, dia após dia, mas a Polícia de Intervenção Rápida é, de facto, veloz para descarregar sobre cidadãos no gozo dos seus direitos. Para não falar de perseguições consequentes desde o emprego até a casa. Vivemos, sim, momentos de terror e incerteza.

A greve do pessoal da saúde, por duas vezes, sem resposta e que continua silenciosa. Basta ir para qualquer posto de saúde ou hospital para ver como é que o povo sofre. A greve silenciosa na saúde tem efeitos mais nefastos do que a da rua.

Os médicos, enfermeiros, todo o pessoal da saúde e suas famílias continuam a sofrer, ameaças, despedimentos, transferências, descontos, processos disciplinares e humilhações.

É para isto que lutaram e pensam que nos libertaram? Libertaram a terra, mas os homens continuam debaixo do sofrimento.

Os dois levantamentos populares aconteceram e marcaram os dois mandatos de Armando Guebuza em que as pessoas procuraram demonstrar a sua revolta ante a má governação. E o governo no lugar de transmitir mensagem de esperança, distanciou-se cada vez mais, matando inocentes.

Senhoras e Senhores libertadores acima citados e outros esclareçam-me:

Quem foi, afinal, Armando Guebuza, ontem, na luta de libertação que tantos anos convosco viveu e não o descobriram que é a pessoa com mais espírito de negócios pessoais, ambição e ganância desmedida. Porquê não descobriram que ele é que poderia virar o país para o abismo e não somente o Lázaro Nkavandame e Urias Simango que os textos parciais da Frelimo tanto nos deliciam?

Digam-me minhas senhoras e meus senhores foi para isto que lutaram e tomaram o poder para num minuto tornar a filha dele a mulher mais rica de Moçambique; não lutaram por uma sociedade equilibrada e de justiça social?

Eu acreditei no socialismo propalado pela Frelimo, não nisto que estou a ver e sentir porque é repugnante. Não tolero mais, confesso, publicamente.

Digam-me minhas senhoras e meus senhores porquê e de que medo têm de o enfrentar e lhe dizerem que esta não é a Frelimo que nós construímos em Junho de 1962? O que vos prende a ele ao ponto de engolir tudo isto? O povo está a sofrer e vocês são cúmplices do sofrimento do povo.

A história julgará-vos-à por este silêncio do que pelos crimes que cometeram durante a luta armada de libertação. Porque durante a luta de Libertação todos estávamos convencidos que o colono é que era o nosso inimigo e todo aquele que a ele se aliasse ou tivesse suas atitudes era contra nós.

E hoje, porquê o cidadão que já foi amado maltrata o seu povo; persegue-o. Traz exploradores piores que os colonos, pois não sabemos o que irão deixar quando saírem deste solo pátrio onde o colono nos deixou com a terra , os recursos naturais e casas onde hoje habitamos e, arrendamos por dólares sem termos construído.

Sabem, senhoras e senhores libertadores, esta indignação não é só minha é de muitos outros cidadãos e, se não saem à rua têm medo da FIR que implantaram para maltratarem o povo que vocês lhe tiraram do colonialismo para pessoalmente maltratarem. Nas casas, nas ruas, nas festas e nos "chapas" toda, mas toda a gente só fala da má governação de Guebuza; escutem o jovem que canta a má governação dele, mesmo os que se encontram no poder dizem que o povo tem razão mas que fazer, temos filhos por sustentar e educar; dizem basta ver como ele exonera os seus quadros é humilhante nem parece que merecem dignidade. Eles bajulam, dizendo falem vocês, nós o que queremos é garantir o pão.

O Senhor Joaquim Alberto Chissano na última campanha nas instalações da EMOSE afirmou categoricamente que confia no Guebuza porque o que ele promete cumpre. Recorda-se? Então posso assumir que toda a trama que ele faz é do seu conhecimento e consentimento é assim que combinaram que quando libertarem a terra quem não foi à luta e as outras gerações vão passar mal. Vão nos fazer comer o pão que o diabo amassou e vocês outros senhoras e senhores? Recorda-se que eu, peremptoriamente, lhe afiancei que não iria votar em vós.

Significa isto que nós também deveremos ir à luta para nos libertarmos de vocês?

Porquê quando o saudoso Samora vos aconselhava a não lhe entregarem o poder o chamaram de louco ou alucinado? Desvendam-nos o porquê ele dizia isso.

Senhora Graça Machel:

Como consegues viver, conviver e fazer negócios com esta pessoa que o seu marido dizia abertamente o que representava para o povo? Que consciência pesa sobre si esposa que preserva o nome de uma pessoa que aos olhos do povo era são a conviver e fazer negócios com quem o seu marido não aceitaria fazer. Para Samora vale mais o povo do que o dinheiro e para si vale mais dinheiro do que o Povo. Me responda.

Sabem senhoras e senhores libertadores a escritora e poetiza Noémia de Sousa já dizia que a Africa é mítica.

Sabem porquê? Por causa dos seus mistérios em todas as suas dimensões. Kadafi domou o seu povo, era o mais rico que tinha até uma pistola de ouro os seus cidadãos até tinham casas, comida, enfim o básico, mas como morreu? Porque o povo não tinha liberdades que nasceram com eles os direitos fundamentais, pois a liberdade de pensamento, de manifestação e de reunião é extremamente fundamental para que o indivíduo viva em paz sem falar por dentro que um dia explode e a explosão, regra geral, mata.

O povo na sua maioria tem saudades de Mondlane que não o conheceu só vocês o conheceram e conheceram os seus feitos; o povo na sua maioria tem saudades de Samora e o povo na sua quase totalidade tem saudades de Joaquim Chissano e perguntam de que medo tem de levar o poder ao Guebuza para pararmos de sofrer.

Quem mais terá saudades de Guebuza? A esperança dos cidadãos até crianças é que depressa chegue Novembro de 2014 para se ver livre de Guebuza e sua família.

Os críticos vão-me crucificar por esta carta mas eu não vivo para os críticos com interesses, vivo com e para o povo que sofre. Só me vai sacrificar quem com Guebuza desfruta o sabor da libertação. Que o digam os madjermanes; os desmobilizados de guerra; os antigos combatentes escorraçados das suas habitações; os sofridos médicos e enfermeiros; os espoliados das suas terras a favor da Vale, Pro-Savana, Petroleiros, Gaseiros, Chineses e Brasileiros exploradores, sem dó nem piedade.

Os militares entregues a guerras sem necessidades de novos confrontos, sim essa é herança do Chissano mas ele sabia gerir, não havia rixas. Quem sabem, ele tivesse, neste momento, resolvido tal como soube parar com a guerra dos 16 anos. Sim, ele era diplomata e com calma resolvia os problemas dos cidadãos em momento certo.

Hoje, o espírito do deixa andar virou "xipoko" de roubar os impostos dos cidadãos, "xipoko" do tráfico de drogas e armas , "xipoko" da alta criminalidade, "xipoko" da falsidade dos funcionários públicos. Diariamente só se vê nos jornais funcionários a roubarem dinheiro do povo para não falar dos barões que sacam os cofres do estado para se tornarem ricos de Moçambique a partir do nada.

Acredito que o povo pobre e os cidadãos ricos e honestos vão apoiar esta minha inquietação.

QUEM FOI, QUEM É, O QUE PRETENDE E ONDE QUER CHEGAR O CIDADÃO ARMANDO EMILIO GUEBUZA?

Respondam-me senhores libertadores da terra e, vamos friamente analisar a sua governação. Caso seja possível ele interiorizar e corrigir a sua forma de atuação, gostaria de lhe ver a sair do poder pela porta da frente e deixar saudades neste um ano que lhe falta.

Desde a Constituição de 1990 até a de 2004 que gozo da liberdade de expressão e de pensamento e, é por isso que escrevo e continuarei a escrever como uma cidadã deste país e não em representação de nenhum grupo ou agenda.

Esperando continuar com vida após esta indignação, despeço-me com a promessa de voltar.

Maputo, Setembro de 2013
Alice Mabota

23/09/2013

Começou o Outono

O Verão já se foi, com os seu bons momentos e companhias. Restam alguns dias de Sol distraído que ainda espalha os seus raios dourados pelas peles claras e belas..

Das praias de Lagos há sempre boas memórias (Maria, Catherine, Ana Sofia, Andrea).


Angela Merkel, a Grande



 

Anjinhas

Se há coisa bonita de se ver é uma deputada vistosa, direita, qual flor que embeleza o parlamento.



Complemento à esquerda:


22/09/2013

Alemanha europeia

Aí estão os resultados para atestar uma vitória da Europa, social, competitiva e de progresso.


19/09/2013

Crise e alternativas

Nos últimos meses, tenho defendido que os efeitos perversos dos violentos cortes orçamentais se tornaram contraproducentes. Várias pessoas me perguntam por alternativas. Pondo de parte a sugestão de Manuela Ferreira Leite de gritarmos com os representantes da troika, a resposta não é fácil.

Uma possível alternativa passa por decretar o não-pagamento da dívida, reestruturá-la e, eventualmente, sair do euro. Soluções de ruptura são possíveis e atá poderão tornar-se inevitáveis. Tais caminhos encerram riscos económicos desmedidos, podendo, inclusivamente, pôr em causa o regime democrático. Portanto, até serem inevitáveis, devem-se evitar.
 
O que sobra além de fazer o que a troika exige? A resposta a esta pergunta passa por perceber a resposta a uma outra: por que é que a troika insiste numa receita que gerou resultados tão desastrosos? Insanidade é uma possível resposta. Mas há outra: se a troika vai sair de Portugal em 2014, então, a partir desse ano, deixam de ter instrumentos para nos obrigar a fazer as reformas que garantem a nossa capacidade de pagar as dúvidas.
 
Ou seja, como não confiam em nós para reformarmos o Estado depois de 2014, querem tudo feito até lá. E, sendo este o terceiro resgate da nossa jovem democracia, podemos condená-los? Essa é a encruzilhada em que nos encontramos: para tornarmos o nosso Estado viável no longo prazo, exigem de nós políticas inviáveis e contra-indicadas no imediato.
 
Até há um ano, vivíamos em ambiente de austeridade descontrolada. Sempre que algum indicador mostrava um desvio, colossal ou não, novas medidas eram anunciadas em catadupa. Os colossais efeitos nefastos estão aí para quem os quiser ver. Mas os indicadores económicos relativos a 2013 também sugerem que a economia portuguesa é suficientemente
flexível para recuperar, desde que lhe dêem a necessária estabilidade para o fazer.
 
Convencer a troika a aceitar um compromisso de longo prazo que garanta alguma estabilidade macroeconómica e substitua a loucura dos cortes impensados é tarefa de políticos.
 
Mas é possível que a teoria dos jogos possa dar uma ajuda. E a teoria diz-nos que a nossa capacidade negocial aumenta se criarmos mecanismos que garantam o nosso empenho. Por exemplo, acrescentar uma norma à Constituição que impeça a Assembleia da República de aprovar um Orçamento do Estado que aumente a despesa pública enquanto existir défice orçamental. Exigir um visto prévio ao Tribunal de Contas reforçaria ainda mais essa norma. Um mecanismo deste género tornar-nos-ia credíveis perante os nossos credores.
 
Este tipo de compromisso exige apoio parlamentar alargado. Algo que logo a seguir às eleições legislativas teria sido mais fácil. Recentemente, o Presidente da República, de forma bastante inábil, tentou e falhou.

Só encerrando as urgências do curto prazo, será possível preparar uma reforma do Estado que respeite as diferentes visões para a economia e para o país. Esta discussão é particularmente importante porque, infelizmente, apesar de encorajadores, os últimos dados são ainda frágeis e periclitantes. Diferentes partidos defenderão, legitimamente, caminhos distintos. Será o regresso da ideologia ao espaço político. E não faltam assuntos para debate.

O aumento das importações serve de alerta para um equilíbrio externo que se desenrola no fio da navalha. É bom ter em mente que o principal estrangulamento que a nossa economia enfrenta é o endividamento externo. Isso quer dizer que o crescimento económico não deve ser conseguido à custa do aumento do consumo interno, que, inevitavelmente,
se traduz em aumentos das importações.

A melhor forma de evitar que o consumo aumente, sem que se reduza o rendimento das pessoas, é o de fomentar a poupança. Tornar os Certificados de Aforro e de Tesouro mais atrativos é uma boa ideia.

Do que conheço, o mais eficaz será alterar o sistema de financiamento da Segurança Social, pondo na mesa a transição do atual regime de repartição para um regime de capitalização ou um regime misto.

Tanto quanto sei, em todos os países onde isto foi feito, as taxas de poupança aumentaram (por vezes abruptamente). A sustentabilidade da Segurança Social no imediato está em causa. Reformas levadas a cabo pelo Governo de José
Sócrates garantem a convergência de longo prazo dos diversos sistemas de pensões.
 
No entanto, a crise por que passamos criou um problema a curto prazo. Com a emigração e um desemprego tão elevados, as receitas da Segurança Social não chegam para as necessidades. Basta lembrar que cerca de metade dos desempregados não têm subsídio de desemprego. A solidariedade tem de ser para todos e partir de todos.
 
Nestas condições, fará sentido que pessoas que beneficiaram de regimes de pensões mais favoráveis não prescindam de parte das suas exceções e dêem um contributo adicional? Faz sentido que os cortes previstos não tenham em conta que mesmo entre funcionários públicos havia, e há, regimes de pensões e reforma muito diversos?
 
Havendo folga para descer impostos, reduzir o IVA é uma má ideia, precisamente porque é um imposto sobre o consumo. O ideal será reduzir impostos sobre a produção, como a TSU. Baixar a TSU tem a vantagem adicional de reduzir os custos do trabalho, essencial para reduzir o desemprego e aumentar a nossa competitividade internacional. Tenho sérias
dúvidas quanto à utilidade, nesta fase, de baixar o IRC, dado que poucas empresas iriam benefiaciar dessa descida.
 
Enfim, há imensas políticas económicas para discutir. Essa discussão é essencial, é determinante para o nosso futuro e é, também, ideológica. Mas, primeiro, é necessário libertar o país da cascata austeritária.

Luís Aguiar-Conraria

Professor de economia da Universidade do Minho
in «Público», 18.09.2013

17/09/2013

Incêndio do Charlot de Maputo

O Cinema Charlot em Maputo ardeu dramaticamente debaixo da incompetência dos bombeiros, do município e do governo guebuzino.

É dar pérolas a porcos....

Vacinas para todos

Nas eleições em São João da Madeira, os eleitores têm interessantes propostas municipais:


16/09/2013

Motorizada Lacoste

13/09/2013

É melhor estar calado!

10/09/2013

O novo iPhone


09/09/2013

O aborto e a coragem de Francisco I

Uma mulher italiana, Anna Romano, mantinha uma relação amorosa com um homem casado. Numa das incursões fora da cerca, o sujeito engravidou a Sra. Romano, que entrou em desespero. Estando sozinha, o que iria fazer com o bebé? O pai recusou de imediato ajudas e paternidades. Como sustentá-lo? Como lidar com o síndrome do bastardo?

Apelando a muita fé, Anna enviou uma carta ao Papa, expondo o seu desespero e a possibilidade de aborto. Não esperava resposta, era só um desabafo teológico. Mas Anna foi tocada não pela graça, mas pela preocupação do Papa em relação a este problema. Francisco I pegou no telefone e ligou directamente para esta crente dividida entre a crença e a vidinha.



O que disse Francisco? Começou por acalmá-la com o expetável, calma, minha filha, o aborto é sempre um mal a evitar, um bebé é sempre "um sinal da Providência". Anna iluminou-se com o inesperado telefonema, "ele encheu-me o coração" e o aborto deixou de ser opção. Mas a mudança de agulhas não se deveu apenas ao espectável discurso da "Providência". Na conversa, Anna deixou claro que uma das causas da tristeza e da confusão estava no facto de não poder baptizar o seu bebé, uma vez que é divorciada, uma vez que seria mãe solteira de um bebé cujo pai estava casado com outra mulher.

Por outras palavras, Anna estava com receio de ser ostracizada pela sua própria comunidade católica. E foi aqui que entrou em cena o golpe de asa de Francisco: o Papa não só explicou que o batismo seria possível como até se ofereceu para ser padrinho da criança.
O caso não é um pormenor, porque ataca de frente uma das grandes hipocrisias dos católicos penteadinhos que se julgam donos da fé e da Igreja: de manhã, incitam as jovens a assumir a gravidez, reafirmando (e bem) uma posição contrária à banalização do aborto; à tarde, recusam baptizar as crianças das raparigas que recusaram o aborto, pois consideram ilegítimos bebés nascidos fora do casamento. A hipocrisia é tremenda.

Uma rapariga solteira e pobre resiste ao aborto, tem a coragem para assumir a gravidez, mas depois é desprezada pelos penteadinhos da paróquia. Os padres recusam batizar a criança e o rebanho penteadinho olha de lado para a "galdéria" e para o "bastardo".

Tendo esta cena farisaica como pano de fundo, o exemplo de Francisco volta a encurtar a distância entre a Igreja e o verdadeiro espírito crístico. Jesus Cristo nunca abandonaria uma mulher com um filho nos braços. Não lhe recusaria a salvação nem a pertença ao rebanho.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/a-tempo-e-a-desmodo=s25269#ixzz2ePvJ4clF

Henrique Raposo

Expresso, 09.09.2013

08/09/2013

Amazing Norwegian proposal!

Há dias felizes: