29/10/2013
NSA e a espionagem norte-americana
Como foi descoberta a espionagem da agência NSA americana ?
Este foi o momento decisivo!
Este foi o momento decisivo!
Etiquetas:
Opinião
25/10/2013
Os ratos
Eles chegaram pobres do exílio e do norte.
Começaram por roer o cofre, a fortuna que os colonos portugueses deixaram. Roeram aquilo a que chamavam lojas do povo, roeram as peixarias do povo, os supermercados do povo.
Os ratos roeram tudo.
Roeram as cooperativas de consumo, as barbearias do povo. Roeram as antigas empresas estatizadas. Roeram as fábricas de calçados nacionais, roeram as fábricas de bebida ou refrigerantes nacionais.
Roeram às moageiras. Roeram as padarias do povo.
Os ratos nacionais de colarinho e luvas brancas roeram as lojas interfrancas, roeram o grosso do património nacional que diziam ser do povo.
Roeram o grosso do parque industrial intervencionado pelo Estado, depois da independência.
Roeram o que de melhor havia: fábricas de curtumes, as empresas avícolas.
Roeram empresas ferro-portuárias.
Os ratos nacionais vestidos de cordeiros não têm dó nem piedade.
Roeram o país até ao osso, mostram a nossa face de ruína, em 1996.
Como se não bastasse, apresentaram a fatura de seis mil milhões de dólares, não de lucro em favor do Estado, mas de dívida externa, metade da qual a favor da dívida aos países do ocidente e instituições financeiras (FMI e Banco Mundial), outra metade à antiga União Soviética, pela obra da guerra civil que nos ofereceram.
Os ratos afogaram o país na pobreza e dizem que os cidadãos lhes devem pela empreitada com que nos roem e ao país. Mas os mesmos ratos que roeram e roem tudo não pararam com a odisseia, com as suas investidas, roeram a banca (BCM e Banco Austral), não para pagar a dívida externa, mas para acrescerem o lucro e a riqueza, pois se julgam eleitos e legíveis para roeram tudo que se lhes depara à frente, pela participação na luta anticolonial.
Mas os ratos não se satisfazendo nunca, com a gula que lhes precipita, vão buscar o dinheiro às algumas empresas estatais convertidas em públicas.
Os nossos gloriosos ratos nacionais o que têm é o apetite. Têm estômagos e bolsos sem fundos. Roeram as indústrias têxteis e de malha. Roeram as fábricas de confecções de vestuários.
Roeram as fábricas de lacticínios, onde se produzia o presunto e o queijo.
Roeram as empresas que produziam o chá, roeram as sociedades produtoras de copra, margarina, roeram os palmares da Zambézia.
Os nossos ratos vestidos de fatos de heróis e apóstolos do combate à pobreza trouxeram a caricatura do que somos como país: cinquenta e quatro por centos dos vinte milhões de moçambicanos na pobreza. Do índice de pobreza de quinze por cento em 1980, os nossos ratos impulsionaram a utopia da revolução que nos levou à indigência.
Ainda assim os nossos ratos espalham a mentira de que hoje a nossa vida é melhor. Mesmo com o facto de estarmos entre os cinco países mais pobres do mundo, os ratos papagueiam que levamos uma vida melhor de todos os tempos.
Os nossos ratos roeram uma das mais prósperas companhias de aviação estatizadas, a TTA, na sua insaciez. Roeram as empresas algodoeiras e de condutores eléctricos. Tornaram-se patrões de tudo o que açambarcaram ao Estado, na sua conversa fiada de patriotismo e nacionalismo.
Roeram as antigas empresas estatizadas de transportes terrestres e o respetivo património, enquanto papagueavam o socialismo enquanto se autoproclamavam contra o capitalismo e a burguesia.
Roeram e roem tudo.
Roeram as empresas madeiras para fundarem as suas, roeram as empresas de caju para fazer de seus edifícios armazéns.
Roeram as empresas dos correios e telecomunicações.
Roeram as agências de despacho e navegação, para serem os patrões.
Roeram e roem o país, deixando-o totalmente derrído e quase sem ossos, quase sem pele de tanto ruído que está e ainda assim lhe vão até à medula. Expurgaram o país até ao pus.
Os roedores, na sua escalada depredadora, roeram tudo o que havia nos quartéis.
Roeram as armas que lá haviam. Venderam-nas e alugam-nas ao crime organizado com a sua conivência.
Os roedores extirparam as cápsulas e o mercúrio do material de guerra, para alimentarem o contrabando que governa a nossa economia. Para dissipar provas puseram os paióis de Maputo e Beira a arder.
Os ratos deixam as suas impressões digitais em tudo que roem e saqueiam do erário público depauperado e paupérrimo. Nas mortes que causam entre os filhos do povo, orgulham-se de serem guardiões do Estado e da paz.
Os ratos não dissimulam a sua inspiração revolucionária, progressista.
Os ratos, que se converteram hoje em endocolonialistas, os nossos colonos de pele escura como a nossa.
Agora que os ratos roeram tudo e o abscesso rebentou querem controlar o país, querem controlar o cheiro incontrolável que se espalhou por todos os cantos.
Os ratos instalaram-se em todas as instituições do Estado, pois não podem viver sem o saco azul do erário público. São os mesmos que na dualidade com que roem, estão empenhados em roer a lei da liberdade de imprensa.
Os nossos ratos acreditam que na eternidade. Os nossos ratos não acreditam na efemeridade. Sofisticam a ciência da rataria que tecnicamente dominam.
Acumulam habilidades e podem exportar conhecimentos.
Os ratos que mataram Carlos Cardoso, Siba-siba Macuácua, juízes, procuradores, são os mesmos que roeram a justiça que não funciona, roem as leis que só funcionam para as suas vítimas. Os ratos agem como ovelhas ranhosas, na sua sede de vingança.
Os ratos estão na corrida renhida dos recursos minerais.
A profissão mesmo dos moçambicanos é esperar.
Portanto, quem pára a praga de ratos que roem o país?
por Adelino Timóteo in https://www.facebook.com/CanalMoz/posts/534967036572398
Etiquetas:
Colonialismo,
Comunismo,
Negociatas,
Opinião
22/10/2013
Porto, o ninho da revolta
O Palácio da Bolsa, onde a revolta começou (homenagem aos heróicos portuenses que derrotaram o espertismo-menezismo e que hoje têm um novo Presidente da Câmara):
20/10/2013
Savana entrevista o camarada Jorge Rebelo
Entrevista de Jorge Rebelo ao jornal "SAVANA"
Visto por muitos como uma das últimas reservas morais do movimento de libertação, Jorge Rebelo diz em entrevista ao SAVANA que está dececionado com a Frelimo atual, mas reconhece que neste momento não vê alternativas.
Eterno admirador de Samora, Rebelo, um dos fundadores da Frelimo, onde foi o temido secretário do trabalho ideológico, afirma que se o proclamador da independência de Moçambique voltasse não ficaria contente com a situação que se vive no país.
Lamenta o facto de atualmente o país estar infestado de lambebotas, porque, segundo ele, as pessoas são escolhidas na base da sua capacidade de lamber as botas do chefe.
Numa conversa amena, onde a ideia era falar do legado de Samora (amanhã, sábado, passam 27 anos após a sua morte), Rebelo aceitou abordar o tema de sucessão na Frelimo e defende que não há necessidade de reuniões dos órgãos do partido (Comité Central e reunião nacional de Quadros) "porque hoje já há um pensamento comum".
O tema sobre as críticas dirigidas directamente a alguns colaboradores de Samora nalguma imprensa em que os apelida de "revolucionários da desgraça" foi incontornável.
Amanhã, (sábado 19 de Outubro), passam 27 anos após a morte de Samora Machel. O sr. Jorge Rebelo conviveu muitos anos com o presidente Samora. Que recordações guarda do homem que proclamou a independência de Moçambique?
Há alguns dias participei nas cerimónias do aniversário do nascimento do presidente Samora. Nesse encontro, alguns defendiam que Samora, se ressuscitasse, ficaria contente com aquilo que está a acontecer no país. Iria elogiar a direção atual.
Outros diziam que ficaria dececionado de tal forma que quisesse regressar de onde veio. Nesse encontro não me pronunciei. Se tivesse falado diria que amigos tenham calma, porque Samora já não está connosco e não é bom inventar coisas que iria dizer ou não dizer. Como a bíblia diz que não podemos evocar o nome de Deus em vão. Neste caso diria para não evocar o nome de Samora para obter ganhos políticos.
Portanto, não podemos dizer categoricamente como Samora iria reagir perante a situação atual.
O seu sonho está ou não a ser efetivado…
Na base daquilo que sei de Samora através do seu pensamento e atuação na luta armada de libertação, onde se forjou a ideologia da Frelimo e depois na independência, onde o novo Estado começou a ser construído, posso imaginar o seguinte: Samora chegaria e perguntaria como é que estão as coisas.
Se perguntasse a mim diria que está tudo bem camarada presidente, porque ultimamente o povo está a ser formatado para avaliar as coisas sempre pela positiva. É o que acontece hoje, avaliar as coisas positivamente é a palavra de ordem. Portanto, nunca diria que as coisas estão más.
Contudo, ele vai fazer-me várias perguntas como: Nós lutámos para libertar a terra e os homens. A terra está libertada? A terra pertence ao povo como era o nosso sonho?
Aí eu diria que sim. A Constituição ainda diz que a terra não pode ser vendida, pertence ao Estado.
Mas, se ele dissesse que lá onde estou vejo que muitos dirigentes apropriam-se da terra e vendem-na às grandes multinacionais e a população fica na miséria, sem meios para ganhar a sua vida. Você está a enganar-me. Eu aí ficaria engasgado.
Depois levantaria a questão da corrupção. De certeza que Samora diria que era implacável contra a corrupção, não admitia corruptos e ao mínimo sinal de corrupção tomava medidas enérgicas, por isso que no meu tempo não havia corrupção.
Samora definia a corrupção como utilização de cargos públicos e políticos para obter benefícios pessoais e para familiares. Aí ele me perguntaria se os dirigentes, filhos, sobrinhos, irmãos não estão a enriquecer e a maioria do povo cada vez mais na miséria. Perante os factos, não poderia negar e diria que sim estão a enriquecer e o povo a empobrecer.
Depois perguntaria se esses que ficam ricos ganham a riqueza através do seu trabalho ou se aproveitam dos seus cargos para enriquecer. Se ele insistisse quem é o dirigente que está a ficar cada vez mais rico com a sua família. Eu não iria mencionar os nomes, porque toda a gente sabe.
Samora diria mais. Por exemplo, podia dizer que as pessoas andam carregadas em carrinhas de caixa aberta sem qualquer comodidade nem protecção; o emprego não existe; a qualidade de ensino é baixa (hoje os alunos chegam à nona classe sem saber ler nem escrever); a saúde é um desastre, não há medicamentos, os médicos e todo o pessoal da saúde estão desmotivados.
Por fim, Samora diria que não estou contente pela situação que vive o meu povo.
Com isso podemos concluir que, na óptica de Jorge Rebelo, os sonhos e os desejos de Samora não estão a ser tidos em conta pela actual direcção da Frelimo?
Tudo dependente de como é que a pessoa se situa. Se está preocupado com o enriquecimento de um pequeno grupo, diria que o país está em franco desenvolvimento. Se se coloca de ponto da população em geral diria que este crescimento não é o desejado e não é aquilo que Samora defendia.
A minha conclusão é de que se Samora voltasse não ficaria contente com a situação que se vive no país. Na nossa sociedade, os casos de corrupção aumentam progressivamente.
Ela está a tomar conta de todos e há que inverter isso, porque pode nos levar ao abismo. Infelizmente, hoje não podemos dizer isso publicamente porque não encontramos abertura da parte da actual direção do país. Lembro-me de uma conversa com Samora, em que num tom de desabafo dizia que os camaradas que vieram connosco da luta armada estavam a ser apanhados pelo vírus de corrupção e nós tínhamos que tomar medidas para eliminar esse vírus.
E ele dizia que hoje os camaradas estão preocupados com dinheiro, comodidade e regalias que durante a luta de libertação nunca exigiam. Não tínhamos nenhuma preocupação em ficar ricos e lutávamos por um ideal que era a libertação do povo e melhoria das condições de vida de todos. Agora a situação é diferente.
O pensamento de Samora Machel para Moçambique teria estado à altura das profundas mudanças que o país conheceu nos últimos anos?
Há muitos aspectos, políticas e princípios que Samora defendia e que hoje não são aplicáveis. Por exemplo: na área da saúde, Samora dizia que o médico não pode ser um mercenário, não pode utilizar a doença como meio para enriquecer. O médico deve trabalhar só para o Estado e receber o seu salário como qualquer funcionário. Não se admitia clínicas privadas porque seria utilização da doença como meio para enriquecer.
Isso hoje não é viável. Já naquele tempo eu próprio já me interrogava porquê, por exemplo, alguém que estudou durante sete anos para tirar o curso de medicina e fica limitado ao salário que o Estado paga que normalmente é baixo. Se um engenheiro, um jurista e outras profissões não vinculadas exclusivamente ao Estado, podiam trabalhar onde quiserem e ganhar muito mais.
De certeza que muitos médicos iriam fugir da profissão.
Outro exemplo é da economia centralizada. O Estado é que dirigia todos os setores económicos. A experiência mostrou que isso não é benéfico para o país e não era viável. Nessa altura já era possível aferir que o homem é mais flexível e criativo quando motivado pelo lucro e numa economia centralizada a pessoa sabia que se esforçando como não teria o seu salário.
Samora morreu num período de partido único e de uma economia centralizada. Como é que conviveria com a atual realidade, de maior abertura política e económica, pelo menos no plano formal?
Teria que se adaptar porque as sociedades avançam. De certeza que não ficaria tranquilo, mas teria consciência de que aquele modelo de socialismo que nós adoptámos não estava a dar resultados. Claro que há outros factores que contribuíram para isso, porque os países imperialistas entraram em pânico quando Moçambique e Angola se proclamaram países socialistas. Isso era um germe aqui na zona porque poderia influenciar países à volta. Então atacaram-nos e isso contribuiu muito para que o projecto socialista de Samora e de muitos de nós não avançasse.
"Direcção da Frelimo esconde os reais ideais de Samora"
Uma das coisas que marcaram o mandato de Guebuza foi a imortalização da figura de Samora. Foram construídas estátuas em todo o lado, homenagens e discursos benevolentes. Contudo, de outro lado os males que Samora combatia aumentaram. Falo da corrupção e pilhagens dos recursos nacionais. Será que a figura de Samora está mesmo a ser valorizada?
As estátuas são uma coisa boa porque quando as pessoas passam pelas ruas ou praças onde estão erguidas lembram-se de Samora. Mas o mal é que ficamos por aí. Se falamos do legado de Samora apenas dissemos que foi um grande líder, foi o primeiro presidente de Moçambique independente. Não entramos no seu pensamento. Parece que a atual direção da Frelimo e do país não está interessada no pensamento de Samora. Ela esconde o seu pensamento.
Nos seus discursos esquece que Samora era uma figura sensível à corrupção, ao sofrimento do povo, à expropriação dos bens do povo para satisfazer apetites e ganância de um pequeno grupo de dirigentes.
Como é que Samora Machel encararia o facto de sectores importantes da soberania económica de Moçambique, nomeadamente os recursos naturais, estarem hoje nas mãos do capital estrangeiro?
Se ele viesse só para visitar ficaria dececionado. Se ele viesse para impor ordem diria que vamos acabar com estas coisas, mas não no sentido de impedir a exploração desses recursos. Os recursos existem, são nossos e devem contribuir para o crescimento e desenvolvimento do país. Agora, o que ele diria é que temos que dirigir esse processo de tal maneira que o povo inteiro não sofra e uma pequena minoria beneficie.
"Falta vontade política na investigação da morte de Samora"
Como é que reage a um aparente esmorecimento do processo de investigação da morte de Samora Machel, depois de alguma euforia suscitada pelo Presidente Armando Guebuza e Jacob Zuma?
Há duas maneiras de analisar a sua pergunta. Uma pela complexidade das investigações e outra na falta de vontade. Lembro-me do assassinato do primeiro-ministro da Suécia, Olof Palme, foi quase no mesmo período com o do presidente Samora, mas até hoje ainda não foi descoberto quem é que matou.
Portanto, talvez seja tão difícil. Porém, exprimindo o meu sentimento digo que estou desapontado com o nível das investigações. Gostaria que esse processo avançasse para se descobrir os verdadeiros autores do crime.
Sente alguma preocupação da parte dos Governos de Moçambique e da África do Sul em investigar o crime?
Não sinto. Se houvesse esforço de cada um dos lados seria divulgado, o que não está a acontecer. Haveria alguns resultados visíveis indicando que a investigação está a avançar neste ou naquele sentido, já se descobriu isto ou aquilo, mas não se fala. Isso é preocupante.
Acha que um dia Samora podia apertar a mão do líder da Renamo, Afonso Dhlakama?
Em nome dos princípios que defendia não iria prejudicar o povo. Se ele se convencesse de que esse era o único caminho para conseguir que o país estivesse em paz, ele ia fazer isso.
"O nosso chefe fomenta lambebotismo"
As críticas dirigidas directamente a colaboradores de Samora nalguma imprensa não configuram comportamentos racistas que ele tão veemente denunciou e repreendeu?
Samora foi uma pessoa que sempre combateu o racismo, regionalismo e o tribalismo. Ele dizia que esses são os nossos piores inimigos porque impedem-nos de assumir a grandeza do nosso país, não permitem compreender a complexidade da nossa pátria e sobretudo dispersam as nossas forças.
Não lutámos por uma raça, uma religião, uma tribo. Lutámos pela mesma nação, pelo ideal único e pela libertação da nossa terra e do nosso povo. São esses pensamentos que a direção atual da Frelimo esconde. Quando a actual direcção fala de Samora só se limita a dizer que era um grande líder, mas aquilo que ele defendia não fala, esconde.
Quando o mais alto dirigente do país diz que temos que distinguir quem é moçambicano genuíno e não genuíno, a quem se refere e qual é que é o seu objetivo? O que ele pretende?
Eu levantei essa questão no congresso de Pemba. Dirigi-me ao presidente e disse: camarada presidente, o que são moçambicanos genuínos e não genuínos? Disse ao camarada presidente, olha para os membros da Comissão Política, veja o camarada Manuel Tomé. Olha para minha pele e olha para a pele dele, eu vejo que ele é mais claro do que eu. Olha para Graça Machel, ela é mais clara do que eu, então eles não são moçambicanos genuínos? Não me respondeu.
Com isso sente que há focos de racismo no seio da Frelimo?
Não disse isso. Citei apenas o que o dirigente máximo do partido e do país disse e o que eu lhe perguntei. Só esse chefe que disse isso pode responder a questão.
Há quem diga que Jorge Rebelo e outros moçambicanos da raça não negra eram muito "mimados" por Samora Machel. Após a sua morte, essa classe ficou órfã e hoje não vê coisas boas. É um grupo de saudosistas. Concorda com isso?
Há um aspeto que devemos ter em conta que é dos bajuladores e dos lambebotas. Hoje, o país, infelizmente, está infestado desse tipo de gente. O aparelho estatal está infestado por esse tipo de gente porque as pessoas são escolhidas na base da sua capacidade de lamber as botas do chefe. Todos nós assistimos isso. Basta abrir alguns jornais. Mas esses que escrevem são encomendados.
Recebem instruções para defenderem algumas ideias nas linhas e orientação e aceitam.
Mas os bajuladores estão a empurrar o país para o abismo. Pelo que, apelo a essas pessoas para que deixem de serem bajuladores e guiem-se pelo seu pensamento natural porque isso retira-lhes a sua dignidade. Já imaginou o que o termo lambebotas significa. Estar sempre a bajular retira ao indivíduo alguma dignidade e retira a visão do chefe porque fica sem saber o que é bom e o que é mal porque eles continuarão a dizer que tudo está bom para manter as mordomias.
Mas, por outro lado, a culpa é do próprio chefe porque ele é que alimenta esses bajuladores. Escolhe aquele tipo de gente para serem seus conselheiros. Portanto, no fim ao cabo tudo desemboca no chefe porque ele escolhe aqueles que lhe agradam e dizem sempre coisas boas. Normalmente, esse tipo de chefes não gostam que alguém diga que camarada presidente aqui estamos a errar.
O atual dirigente não aceita críticas. Uma das virtudes de Samora é que aceitava críticas. Lembro-me de um episódio. Houve uma altura em que Samora andava meio frustrado porque ele não encontrava nos seus colaboradores respostas para os problemas e passou a tomar decisões sozinho e nós colaboradores diretos sentíamos isso.
Um dia, num encontro restrito, ele disse que não sabia o que estava a acontecer connosco, dizia que não éramos os mesmos. Eu atrevi-me e disse: o problema é que agora o camarada presidente comporta-se como um ditador e fiquei à espera da reação. Fiquei com medo, porque ele podia dizer que isso é uma ofensa ao mais alto magistrado da nação portanto, prendam-no.
Samora não reagiu, não me mandou prender e o que eu notei foi que a partir daí ele chamava-me constantemente para conversarmos. Em vez de me perseguir, marginalizar-me, ele mostrou que gostava de pessoas que lhe diziam as coisas frontalmente e isso é uma indicação da grandeza de um chefe.
Há quem diga que nos últimos dias, há tendência, através da Comunicação Social, de reduzir os progressos de Moçambique, numa única figura, enquanto que na realidade, o desenvolvimento de Moçambique é resultante do trabalho de todos os moçambicanos cada um à sua maneira. Qual é a sua opinião acerca disso?
É uma coisa que me deixa preocupado. Esta tendência de tentar endeuzar o chefe. Esses bajuladores dizem que o chefe é que faz tudo. Todos os dias aparecem artigos na imprensa a falar das realizações de sua excelência. Tudo aquilo que está a acontecer é obra do chefe. Foi o chefe que fez isto e aquilo. Isso cria um mal estar nos cidadãos. Na nossa altura era completamente diferente. Os sucessos eram de todos. Os sucessos do chefe deviam-se aos seus colaboradores e isso estimulava-nos. Quando fazíamos uma coisa certa, éramos elogiados, quando fazíamos uma coisa errada, éramos reprimidos, mas nunca se apresentou como o único que faz coisas.
De certeza que Samora também podia dizer que fui eu que libertei o país, fui eu que corri com os colonos, mas não. Mandela podia dizer que eu sofri na cadeia pelo povo sul-africano, agora quero ficar rico. São atitudes dessas que elevam um líder e não endeuzamentos.
Se estivesse próximo do presidente Guebuza, que conselhos daria?
Não sou conselheiro e nada posso comentar.
Acha que o projeto de justiça social ainda está presente na Frelimo, tendo em conta as gritantes assimetrias económicas vigentes no país?
Não. A Frelimo de hoje tem características muito diferentes da Frelimo do tempo de Mondlane e Samora.
Hoje, no papel falamos de justiça social, igualdade, mas na prática o que está a acontecer é que os pobres estão ficar mais pobres e a minoria rica está a ficar cada vez mais rica.
Marcelino dos Santos disse numa das suas intervenções, no ano passado, que esta Frelimo não respondia aos ideias da sua criação pelo que não sabia se votaria nela em 2014. Qual é o posicionamento de Jorge Rebelo?
Estou dececionado com a Frelimo atual, mas neste momento não vejo alternativas. Portanto, votar pela queda da Frelimo sem essa alternativa significa condenar o país ao caos.
Neste momento, apesar de todos os defeitos que tem a Frelimo atual, ainda é o único partido que pode garantir o mínimo de estabilidade e o desenvolvimento embora esse desenvolvimento beneficie apenas uma pequena camada. Não estou a ver a Renamo como alternativa. O MDM ainda está na fase embrionária e não pode aparecer a dirigir o país. Não conheço os princípios ideológicos do MDM, mas de qualquer forma tem que se afirmar.
Como é que olha o facto de a Frelimo não ter ainda eleito o candidato para as próximas eleições presidenciais, uma vez que nos processos anteriores tinha candidato com maior antecedência?
Isto é uma preocupação de muitos de nós, porque quando foi do tempo do presidente Guebuza, ele começou a campanha dois anos antes porque tinha que se fazer conhecer nas bases. Não é em três meses ou seis meses que um candidato pode percorrer o país todo e dizer eu sou candidato e votem em mim. O pais é grande. Por isso que não compreendo como é que há este atraso na indicação do sucessor do presidente Guebuza. A demora não é benéfica para a Frelimo, porque como disse antes, o presidente Guebuza teve dois anos para fazer campanha e isso ajudou que ganhasse as eleições.
Não compreendo a razão dessa demora e não creio que haja alguém que compreenda porque já é tempo. Talvez os chefes saibam.
Qual é que seria o candidato ideal da Frelimo para as eleições de 2014?
Não tenho perfil do candidato da Frelimo. Olhando à minha volta não vejo o candidato.
Uma das coisas que sempre caracterizaram o partido Frelimo é que sempre reuniu os seus órgãos centrais duas a três vezes por ano. Estranhamente esse hábito não se está a repetir este ano. Desde que a Frelimo saiu do congresso só se reuniu vez uma em sede de Comité Central. O que isso significa?
Podíamos dizer que não há necessidade de reuniões dos órgãos do partido (Comité Central e reunião nacional de Quadros) porque hoje já há um pensamento comum.
Todos pensam da mesma maneira. Para quê fazer reuniões de quadros, gastar-se dinheiro e tempo enquanto pensa-se da mesma maneira e já se sabe o que pensam.
Não vale a pena continuar com essas reuniões porque já sabemos o que se vai decidir. Todos têm o mesmo caminho a seguir.
Se a Frelimo é um partido apologista de diversidade de ideias porque é assim que cresce. É através da crítica e autocrítica que se constrói um partido forte.
Esqueça, essas coisas de críticas, auto-criticas é uma coisa do passado. A Frelimo de hoje não aceita a crítica e muito menos fazer auto-crítica.
Visto por muitos como uma das últimas reservas morais do movimento de libertação, Jorge Rebelo diz em entrevista ao SAVANA que está dececionado com a Frelimo atual, mas reconhece que neste momento não vê alternativas.
Eterno admirador de Samora, Rebelo, um dos fundadores da Frelimo, onde foi o temido secretário do trabalho ideológico, afirma que se o proclamador da independência de Moçambique voltasse não ficaria contente com a situação que se vive no país.
Lamenta o facto de atualmente o país estar infestado de lambebotas, porque, segundo ele, as pessoas são escolhidas na base da sua capacidade de lamber as botas do chefe.
Numa conversa amena, onde a ideia era falar do legado de Samora (amanhã, sábado, passam 27 anos após a sua morte), Rebelo aceitou abordar o tema de sucessão na Frelimo e defende que não há necessidade de reuniões dos órgãos do partido (Comité Central e reunião nacional de Quadros) "porque hoje já há um pensamento comum".
O tema sobre as críticas dirigidas directamente a alguns colaboradores de Samora nalguma imprensa em que os apelida de "revolucionários da desgraça" foi incontornável.
Amanhã, (sábado 19 de Outubro), passam 27 anos após a morte de Samora Machel. O sr. Jorge Rebelo conviveu muitos anos com o presidente Samora. Que recordações guarda do homem que proclamou a independência de Moçambique?
Há alguns dias participei nas cerimónias do aniversário do nascimento do presidente Samora. Nesse encontro, alguns defendiam que Samora, se ressuscitasse, ficaria contente com aquilo que está a acontecer no país. Iria elogiar a direção atual.
Outros diziam que ficaria dececionado de tal forma que quisesse regressar de onde veio. Nesse encontro não me pronunciei. Se tivesse falado diria que amigos tenham calma, porque Samora já não está connosco e não é bom inventar coisas que iria dizer ou não dizer. Como a bíblia diz que não podemos evocar o nome de Deus em vão. Neste caso diria para não evocar o nome de Samora para obter ganhos políticos.
Portanto, não podemos dizer categoricamente como Samora iria reagir perante a situação atual.
O seu sonho está ou não a ser efetivado…
Na base daquilo que sei de Samora através do seu pensamento e atuação na luta armada de libertação, onde se forjou a ideologia da Frelimo e depois na independência, onde o novo Estado começou a ser construído, posso imaginar o seguinte: Samora chegaria e perguntaria como é que estão as coisas.
Se perguntasse a mim diria que está tudo bem camarada presidente, porque ultimamente o povo está a ser formatado para avaliar as coisas sempre pela positiva. É o que acontece hoje, avaliar as coisas positivamente é a palavra de ordem. Portanto, nunca diria que as coisas estão más.
Contudo, ele vai fazer-me várias perguntas como: Nós lutámos para libertar a terra e os homens. A terra está libertada? A terra pertence ao povo como era o nosso sonho?
Aí eu diria que sim. A Constituição ainda diz que a terra não pode ser vendida, pertence ao Estado.
Mas, se ele dissesse que lá onde estou vejo que muitos dirigentes apropriam-se da terra e vendem-na às grandes multinacionais e a população fica na miséria, sem meios para ganhar a sua vida. Você está a enganar-me. Eu aí ficaria engasgado.
Depois levantaria a questão da corrupção. De certeza que Samora diria que era implacável contra a corrupção, não admitia corruptos e ao mínimo sinal de corrupção tomava medidas enérgicas, por isso que no meu tempo não havia corrupção.
Samora definia a corrupção como utilização de cargos públicos e políticos para obter benefícios pessoais e para familiares. Aí ele me perguntaria se os dirigentes, filhos, sobrinhos, irmãos não estão a enriquecer e a maioria do povo cada vez mais na miséria. Perante os factos, não poderia negar e diria que sim estão a enriquecer e o povo a empobrecer.
Depois perguntaria se esses que ficam ricos ganham a riqueza através do seu trabalho ou se aproveitam dos seus cargos para enriquecer. Se ele insistisse quem é o dirigente que está a ficar cada vez mais rico com a sua família. Eu não iria mencionar os nomes, porque toda a gente sabe.
Samora diria mais. Por exemplo, podia dizer que as pessoas andam carregadas em carrinhas de caixa aberta sem qualquer comodidade nem protecção; o emprego não existe; a qualidade de ensino é baixa (hoje os alunos chegam à nona classe sem saber ler nem escrever); a saúde é um desastre, não há medicamentos, os médicos e todo o pessoal da saúde estão desmotivados.
Por fim, Samora diria que não estou contente pela situação que vive o meu povo.
Com isso podemos concluir que, na óptica de Jorge Rebelo, os sonhos e os desejos de Samora não estão a ser tidos em conta pela actual direcção da Frelimo?
Tudo dependente de como é que a pessoa se situa. Se está preocupado com o enriquecimento de um pequeno grupo, diria que o país está em franco desenvolvimento. Se se coloca de ponto da população em geral diria que este crescimento não é o desejado e não é aquilo que Samora defendia.
A minha conclusão é de que se Samora voltasse não ficaria contente com a situação que se vive no país. Na nossa sociedade, os casos de corrupção aumentam progressivamente.
Ela está a tomar conta de todos e há que inverter isso, porque pode nos levar ao abismo. Infelizmente, hoje não podemos dizer isso publicamente porque não encontramos abertura da parte da actual direção do país. Lembro-me de uma conversa com Samora, em que num tom de desabafo dizia que os camaradas que vieram connosco da luta armada estavam a ser apanhados pelo vírus de corrupção e nós tínhamos que tomar medidas para eliminar esse vírus.
E ele dizia que hoje os camaradas estão preocupados com dinheiro, comodidade e regalias que durante a luta de libertação nunca exigiam. Não tínhamos nenhuma preocupação em ficar ricos e lutávamos por um ideal que era a libertação do povo e melhoria das condições de vida de todos. Agora a situação é diferente.
O pensamento de Samora Machel para Moçambique teria estado à altura das profundas mudanças que o país conheceu nos últimos anos?
Há muitos aspectos, políticas e princípios que Samora defendia e que hoje não são aplicáveis. Por exemplo: na área da saúde, Samora dizia que o médico não pode ser um mercenário, não pode utilizar a doença como meio para enriquecer. O médico deve trabalhar só para o Estado e receber o seu salário como qualquer funcionário. Não se admitia clínicas privadas porque seria utilização da doença como meio para enriquecer.
Isso hoje não é viável. Já naquele tempo eu próprio já me interrogava porquê, por exemplo, alguém que estudou durante sete anos para tirar o curso de medicina e fica limitado ao salário que o Estado paga que normalmente é baixo. Se um engenheiro, um jurista e outras profissões não vinculadas exclusivamente ao Estado, podiam trabalhar onde quiserem e ganhar muito mais.
De certeza que muitos médicos iriam fugir da profissão.
Outro exemplo é da economia centralizada. O Estado é que dirigia todos os setores económicos. A experiência mostrou que isso não é benéfico para o país e não era viável. Nessa altura já era possível aferir que o homem é mais flexível e criativo quando motivado pelo lucro e numa economia centralizada a pessoa sabia que se esforçando como não teria o seu salário.
Samora morreu num período de partido único e de uma economia centralizada. Como é que conviveria com a atual realidade, de maior abertura política e económica, pelo menos no plano formal?
Teria que se adaptar porque as sociedades avançam. De certeza que não ficaria tranquilo, mas teria consciência de que aquele modelo de socialismo que nós adoptámos não estava a dar resultados. Claro que há outros factores que contribuíram para isso, porque os países imperialistas entraram em pânico quando Moçambique e Angola se proclamaram países socialistas. Isso era um germe aqui na zona porque poderia influenciar países à volta. Então atacaram-nos e isso contribuiu muito para que o projecto socialista de Samora e de muitos de nós não avançasse.
"Direcção da Frelimo esconde os reais ideais de Samora"
Uma das coisas que marcaram o mandato de Guebuza foi a imortalização da figura de Samora. Foram construídas estátuas em todo o lado, homenagens e discursos benevolentes. Contudo, de outro lado os males que Samora combatia aumentaram. Falo da corrupção e pilhagens dos recursos nacionais. Será que a figura de Samora está mesmo a ser valorizada?
As estátuas são uma coisa boa porque quando as pessoas passam pelas ruas ou praças onde estão erguidas lembram-se de Samora. Mas o mal é que ficamos por aí. Se falamos do legado de Samora apenas dissemos que foi um grande líder, foi o primeiro presidente de Moçambique independente. Não entramos no seu pensamento. Parece que a atual direção da Frelimo e do país não está interessada no pensamento de Samora. Ela esconde o seu pensamento.
Nos seus discursos esquece que Samora era uma figura sensível à corrupção, ao sofrimento do povo, à expropriação dos bens do povo para satisfazer apetites e ganância de um pequeno grupo de dirigentes.
Como é que Samora Machel encararia o facto de sectores importantes da soberania económica de Moçambique, nomeadamente os recursos naturais, estarem hoje nas mãos do capital estrangeiro?
Se ele viesse só para visitar ficaria dececionado. Se ele viesse para impor ordem diria que vamos acabar com estas coisas, mas não no sentido de impedir a exploração desses recursos. Os recursos existem, são nossos e devem contribuir para o crescimento e desenvolvimento do país. Agora, o que ele diria é que temos que dirigir esse processo de tal maneira que o povo inteiro não sofra e uma pequena minoria beneficie.
"Falta vontade política na investigação da morte de Samora"
Como é que reage a um aparente esmorecimento do processo de investigação da morte de Samora Machel, depois de alguma euforia suscitada pelo Presidente Armando Guebuza e Jacob Zuma?
Há duas maneiras de analisar a sua pergunta. Uma pela complexidade das investigações e outra na falta de vontade. Lembro-me do assassinato do primeiro-ministro da Suécia, Olof Palme, foi quase no mesmo período com o do presidente Samora, mas até hoje ainda não foi descoberto quem é que matou.
Portanto, talvez seja tão difícil. Porém, exprimindo o meu sentimento digo que estou desapontado com o nível das investigações. Gostaria que esse processo avançasse para se descobrir os verdadeiros autores do crime.
Sente alguma preocupação da parte dos Governos de Moçambique e da África do Sul em investigar o crime?
Não sinto. Se houvesse esforço de cada um dos lados seria divulgado, o que não está a acontecer. Haveria alguns resultados visíveis indicando que a investigação está a avançar neste ou naquele sentido, já se descobriu isto ou aquilo, mas não se fala. Isso é preocupante.
Acha que um dia Samora podia apertar a mão do líder da Renamo, Afonso Dhlakama?
Em nome dos princípios que defendia não iria prejudicar o povo. Se ele se convencesse de que esse era o único caminho para conseguir que o país estivesse em paz, ele ia fazer isso.
"O nosso chefe fomenta lambebotismo"
As críticas dirigidas directamente a colaboradores de Samora nalguma imprensa não configuram comportamentos racistas que ele tão veemente denunciou e repreendeu?
Samora foi uma pessoa que sempre combateu o racismo, regionalismo e o tribalismo. Ele dizia que esses são os nossos piores inimigos porque impedem-nos de assumir a grandeza do nosso país, não permitem compreender a complexidade da nossa pátria e sobretudo dispersam as nossas forças.
Não lutámos por uma raça, uma religião, uma tribo. Lutámos pela mesma nação, pelo ideal único e pela libertação da nossa terra e do nosso povo. São esses pensamentos que a direção atual da Frelimo esconde. Quando a actual direcção fala de Samora só se limita a dizer que era um grande líder, mas aquilo que ele defendia não fala, esconde.
Quando o mais alto dirigente do país diz que temos que distinguir quem é moçambicano genuíno e não genuíno, a quem se refere e qual é que é o seu objetivo? O que ele pretende?
Eu levantei essa questão no congresso de Pemba. Dirigi-me ao presidente e disse: camarada presidente, o que são moçambicanos genuínos e não genuínos? Disse ao camarada presidente, olha para os membros da Comissão Política, veja o camarada Manuel Tomé. Olha para minha pele e olha para a pele dele, eu vejo que ele é mais claro do que eu. Olha para Graça Machel, ela é mais clara do que eu, então eles não são moçambicanos genuínos? Não me respondeu.
Com isso sente que há focos de racismo no seio da Frelimo?
Não disse isso. Citei apenas o que o dirigente máximo do partido e do país disse e o que eu lhe perguntei. Só esse chefe que disse isso pode responder a questão.
Há quem diga que Jorge Rebelo e outros moçambicanos da raça não negra eram muito "mimados" por Samora Machel. Após a sua morte, essa classe ficou órfã e hoje não vê coisas boas. É um grupo de saudosistas. Concorda com isso?
Há um aspeto que devemos ter em conta que é dos bajuladores e dos lambebotas. Hoje, o país, infelizmente, está infestado desse tipo de gente. O aparelho estatal está infestado por esse tipo de gente porque as pessoas são escolhidas na base da sua capacidade de lamber as botas do chefe. Todos nós assistimos isso. Basta abrir alguns jornais. Mas esses que escrevem são encomendados.
Recebem instruções para defenderem algumas ideias nas linhas e orientação e aceitam.
Mas os bajuladores estão a empurrar o país para o abismo. Pelo que, apelo a essas pessoas para que deixem de serem bajuladores e guiem-se pelo seu pensamento natural porque isso retira-lhes a sua dignidade. Já imaginou o que o termo lambebotas significa. Estar sempre a bajular retira ao indivíduo alguma dignidade e retira a visão do chefe porque fica sem saber o que é bom e o que é mal porque eles continuarão a dizer que tudo está bom para manter as mordomias.
Mas, por outro lado, a culpa é do próprio chefe porque ele é que alimenta esses bajuladores. Escolhe aquele tipo de gente para serem seus conselheiros. Portanto, no fim ao cabo tudo desemboca no chefe porque ele escolhe aqueles que lhe agradam e dizem sempre coisas boas. Normalmente, esse tipo de chefes não gostam que alguém diga que camarada presidente aqui estamos a errar.
O atual dirigente não aceita críticas. Uma das virtudes de Samora é que aceitava críticas. Lembro-me de um episódio. Houve uma altura em que Samora andava meio frustrado porque ele não encontrava nos seus colaboradores respostas para os problemas e passou a tomar decisões sozinho e nós colaboradores diretos sentíamos isso.
Um dia, num encontro restrito, ele disse que não sabia o que estava a acontecer connosco, dizia que não éramos os mesmos. Eu atrevi-me e disse: o problema é que agora o camarada presidente comporta-se como um ditador e fiquei à espera da reação. Fiquei com medo, porque ele podia dizer que isso é uma ofensa ao mais alto magistrado da nação portanto, prendam-no.
Samora não reagiu, não me mandou prender e o que eu notei foi que a partir daí ele chamava-me constantemente para conversarmos. Em vez de me perseguir, marginalizar-me, ele mostrou que gostava de pessoas que lhe diziam as coisas frontalmente e isso é uma indicação da grandeza de um chefe.
Há quem diga que nos últimos dias, há tendência, através da Comunicação Social, de reduzir os progressos de Moçambique, numa única figura, enquanto que na realidade, o desenvolvimento de Moçambique é resultante do trabalho de todos os moçambicanos cada um à sua maneira. Qual é a sua opinião acerca disso?
É uma coisa que me deixa preocupado. Esta tendência de tentar endeuzar o chefe. Esses bajuladores dizem que o chefe é que faz tudo. Todos os dias aparecem artigos na imprensa a falar das realizações de sua excelência. Tudo aquilo que está a acontecer é obra do chefe. Foi o chefe que fez isto e aquilo. Isso cria um mal estar nos cidadãos. Na nossa altura era completamente diferente. Os sucessos eram de todos. Os sucessos do chefe deviam-se aos seus colaboradores e isso estimulava-nos. Quando fazíamos uma coisa certa, éramos elogiados, quando fazíamos uma coisa errada, éramos reprimidos, mas nunca se apresentou como o único que faz coisas.
De certeza que Samora também podia dizer que fui eu que libertei o país, fui eu que corri com os colonos, mas não. Mandela podia dizer que eu sofri na cadeia pelo povo sul-africano, agora quero ficar rico. São atitudes dessas que elevam um líder e não endeuzamentos.
Se estivesse próximo do presidente Guebuza, que conselhos daria?
Não sou conselheiro e nada posso comentar.
Acha que o projeto de justiça social ainda está presente na Frelimo, tendo em conta as gritantes assimetrias económicas vigentes no país?
Não. A Frelimo de hoje tem características muito diferentes da Frelimo do tempo de Mondlane e Samora.
Hoje, no papel falamos de justiça social, igualdade, mas na prática o que está a acontecer é que os pobres estão ficar mais pobres e a minoria rica está a ficar cada vez mais rica.
Marcelino dos Santos disse numa das suas intervenções, no ano passado, que esta Frelimo não respondia aos ideias da sua criação pelo que não sabia se votaria nela em 2014. Qual é o posicionamento de Jorge Rebelo?
Estou dececionado com a Frelimo atual, mas neste momento não vejo alternativas. Portanto, votar pela queda da Frelimo sem essa alternativa significa condenar o país ao caos.
Neste momento, apesar de todos os defeitos que tem a Frelimo atual, ainda é o único partido que pode garantir o mínimo de estabilidade e o desenvolvimento embora esse desenvolvimento beneficie apenas uma pequena camada. Não estou a ver a Renamo como alternativa. O MDM ainda está na fase embrionária e não pode aparecer a dirigir o país. Não conheço os princípios ideológicos do MDM, mas de qualquer forma tem que se afirmar.
Como é que olha o facto de a Frelimo não ter ainda eleito o candidato para as próximas eleições presidenciais, uma vez que nos processos anteriores tinha candidato com maior antecedência?
Isto é uma preocupação de muitos de nós, porque quando foi do tempo do presidente Guebuza, ele começou a campanha dois anos antes porque tinha que se fazer conhecer nas bases. Não é em três meses ou seis meses que um candidato pode percorrer o país todo e dizer eu sou candidato e votem em mim. O pais é grande. Por isso que não compreendo como é que há este atraso na indicação do sucessor do presidente Guebuza. A demora não é benéfica para a Frelimo, porque como disse antes, o presidente Guebuza teve dois anos para fazer campanha e isso ajudou que ganhasse as eleições.
Não compreendo a razão dessa demora e não creio que haja alguém que compreenda porque já é tempo. Talvez os chefes saibam.
Qual é que seria o candidato ideal da Frelimo para as eleições de 2014?
Não tenho perfil do candidato da Frelimo. Olhando à minha volta não vejo o candidato.
Uma das coisas que sempre caracterizaram o partido Frelimo é que sempre reuniu os seus órgãos centrais duas a três vezes por ano. Estranhamente esse hábito não se está a repetir este ano. Desde que a Frelimo saiu do congresso só se reuniu vez uma em sede de Comité Central. O que isso significa?
Podíamos dizer que não há necessidade de reuniões dos órgãos do partido (Comité Central e reunião nacional de Quadros) porque hoje já há um pensamento comum.
Todos pensam da mesma maneira. Para quê fazer reuniões de quadros, gastar-se dinheiro e tempo enquanto pensa-se da mesma maneira e já se sabe o que pensam.
Não vale a pena continuar com essas reuniões porque já sabemos o que se vai decidir. Todos têm o mesmo caminho a seguir.
Se a Frelimo é um partido apologista de diversidade de ideias porque é assim que cresce. É através da crítica e autocrítica que se constrói um partido forte.
Esqueça, essas coisas de críticas, auto-criticas é uma coisa do passado. A Frelimo de hoje não aceita a crítica e muito menos fazer auto-crítica.
Etiquetas:
História,
Negociatas,
Opinião
Otário uni-vos !
Depois de endividar e arruinar Portugal, depois de todas as cretinices feitas (quem não se recorda ?), depois de robalos e sucatas, só faltava mesmo não ter nenhuma vergonha na cara para ser capa de uma publicação ordinária.
Está tudo às Claras! O monstro está de volta...
Não se poderá despachar a encomenda por TGV ou pelo Aeroporto da Ota, para a Sibéria ou a Coreia do Norte?
Está tudo às Claras! O monstro está de volta...
Não se poderá despachar a encomenda por TGV ou pelo Aeroporto da Ota, para a Sibéria ou a Coreia do Norte?
Etiquetas:
Negociatas,
Opinião,
Socialismo
IKEA Ideias e promoções
Sugestão para comer no local de trabalho (incentivo no Orçamento de Estado de 2014):
19/10/2013
17/10/2013
As cuecas da mãezinha
Dois alentejanos passeiam numa rua daqui de Cuba (a verdadeira), quando reparam numa jovem mais que boa que caminha em direção a eles.
Diz um ao outro:
- Veja só, compadre! Essa magana traz vestidas as cuecas da sua mãe!
- Nã me lixe, compadri, que isso nã é possível, que ela nem sequer conhece a MINHA mãe!
- Claro que sim... aposto 100 euros que traz vestidas as cuecas da sua mãe!
Pergunte-lhe e logo verá...
- Desculpe, menina... De quem são as cuecas que traz vestidas?
- Da puta que o pariu !!!....
- Eu nã lhe disse compadri....
Diz um ao outro:
- Veja só, compadre! Essa magana traz vestidas as cuecas da sua mãe!
- Nã me lixe, compadri, que isso nã é possível, que ela nem sequer conhece a MINHA mãe!
- Claro que sim... aposto 100 euros que traz vestidas as cuecas da sua mãe!
Pergunte-lhe e logo verá...
- Desculpe, menina... De quem são as cuecas que traz vestidas?
- Da puta que o pariu !!!....
- Eu nã lhe disse compadri....
Etiquetas:
My God
16/10/2013
12/10/2013
Lavar a história
Fui ontem ver o Mordomo ao cinema.
Fui pela música do Rodrigo Leão, mas também porque a luta pelos direitos civis dos negros me interessa (até pelo seu paralelo com as atuais lutas pelos direitos civis dos homossexuais).
Talvez porque hoje em dia Hollywood seja Democrata, parece que simplesmente se recusam a aceitar a História.
Sobre as lutas relativas aos direito civis, assisti a um tremendo branqueamento das culpas Democratas.*
A verdade é que nos anos 50 e 60, os campeões das lutas pelos direitos civis eram Republicanos e não Democratas. Ao longo de todo o filme, assiste-se a uma grosseira manipulação.
A história do mordomo na Casa Branca começa com Eisenhower a ordenar que tropas federais protejam um negro que pretende frequentar uma universidade segregacionista. O presidente enviou tropas para Little Rock, Arkansas, porque o governador deste Estado deu ordens à polícia estadual para não deixar entrar o negro em causa.
Como se sabe, Eisenhower era Republicano. O que não se disse no filme foi que o governador do Arkansas era Democrata. Mais grave ainda, esta atitude de um governador Democrata era comum.
Em Alabama, em 1963, passou-se outro caso semelhante também com um governador Democrata.
Em 1957, quando Eisenhower tentou aprovar o que ficou conhecido como o 1957 Civil Rights Act foi obrigado a moderar bastante os objetivos do texto inicial por causa da forte oposição liderada por Lyndon B. Johnson, que, na década seguinte, seria presidente Democrata.
Mesmo uma versão bastante mitigada do texto original contaria com o voto contra de dúzia e meia de senadores, todos eles democratas… Vale a pena ler esta carta de Republicano Val J. Washington dirigida a LBJ. No filme, Lyndon B. Johnson é glorificado como um campeão da luta negra. O seu Civil Rights Act é apresentado como um dos maiores avanços das lutas pelos direitos civis.
O que o filme se esquece de dizer é que o texto aprovado era, na sua essência, igual àquele que Eisenhower tinha proposto e a que Lyndon B. Johnson se tinha firmemente oposto em 1957.
Richard Nixon é tratado com bastante desprezo no filme, dando a entender que não passa de um mero racista que quer o voto dos negros. Referir que, ainda no senado, ele se tinha batido pelos direitos dos negros… nem pensar, estragaria o enredo.
Havia algo que eu esperava também ver retratado, que foi o papel das armas nos movimentos de libertação dos negros. Na verdade, quando os negros tinham de enfrentar o Ku Klux Klan (quase exclusivamente composto por Democratas) estavam duplamente desprotegidos. Estavam desprotegidos pela polícia e estavam desprotegidos porque o direito constitucional a ter arma lhes era negado.
O próprio Martin Luther King, depois de um ataque a sua casa em meados dos anos 50, viu ser-lhe negado uma licença de porte de arma. Foi no fim dessa década, graças à pressão da National Riffle Association, que os negros passaram a ter o direito a usar armas. E foi nessa altura também que os homens dos capuchos brancos do KKK aprenderam que enfrentar negros armados era bem mais complicado. Até porque aqueles capuchos brancos eram alvos fáceis à noite. O declínio do KKK começou aí.
Enfim, o filme até conseguiu que Ronald Reagan passasse por racista. Na verdade, de acordo com o filme, Ronald Reagan é o primeiro presidente a ordenar que os empregados negros da Casa Branca recebam um ordenado igual ao dos brancos (que até aí era pouco mais de metade). É também o primeiro presidente a convidar a personagem principal para um banquete na Casa Branca.
Mas, claro, o filme não poderia dar tais créditos a um Republicano. Logo a seguir, com a demissão do mordomo, é-nos dito que nada era sincero. Era tudo oportunismo. Mas, mais uma vez, a verdade é diferente. A própria personagem real (aquela em que se baseia a personagem do filme) já o disse em diversas entrevistas. Não me entendam mal. Sigo a política americana desde 1992. E, se votasse, teria votado sempre Democrata. Também considero execrável o lobby da NRA contra um efectivo controlo de armas. Mas história é história e os Democratas não são campeões desta história.
A história do Partido Democrata na luta pelos direitos dos negros é recente, começou com o Civil Rights Act de Johnson, em 1964, e culminou com a eleição de Obama.
Mas não esqueçamos que o Partido Republicano nasceu em meados do século XIX para combater a escravatura então defendida pelo Partido Democrata.
* Sempre que usar a maiúscula para Democratas e Republicanos refiro-me a membros ou apoiantes do Partido Democrata e do Partido Republicano.
in "A Destreza das Dúvidas", por Luís Aguiar-Conraria
Fui pela música do Rodrigo Leão, mas também porque a luta pelos direitos civis dos negros me interessa (até pelo seu paralelo com as atuais lutas pelos direitos civis dos homossexuais).
Talvez porque hoje em dia Hollywood seja Democrata, parece que simplesmente se recusam a aceitar a História.
Sobre as lutas relativas aos direito civis, assisti a um tremendo branqueamento das culpas Democratas.*
A verdade é que nos anos 50 e 60, os campeões das lutas pelos direitos civis eram Republicanos e não Democratas. Ao longo de todo o filme, assiste-se a uma grosseira manipulação.
A história do mordomo na Casa Branca começa com Eisenhower a ordenar que tropas federais protejam um negro que pretende frequentar uma universidade segregacionista. O presidente enviou tropas para Little Rock, Arkansas, porque o governador deste Estado deu ordens à polícia estadual para não deixar entrar o negro em causa.
Como se sabe, Eisenhower era Republicano. O que não se disse no filme foi que o governador do Arkansas era Democrata. Mais grave ainda, esta atitude de um governador Democrata era comum.
Em Alabama, em 1963, passou-se outro caso semelhante também com um governador Democrata.
Em 1957, quando Eisenhower tentou aprovar o que ficou conhecido como o 1957 Civil Rights Act foi obrigado a moderar bastante os objetivos do texto inicial por causa da forte oposição liderada por Lyndon B. Johnson, que, na década seguinte, seria presidente Democrata.
Mesmo uma versão bastante mitigada do texto original contaria com o voto contra de dúzia e meia de senadores, todos eles democratas… Vale a pena ler esta carta de Republicano Val J. Washington dirigida a LBJ. No filme, Lyndon B. Johnson é glorificado como um campeão da luta negra. O seu Civil Rights Act é apresentado como um dos maiores avanços das lutas pelos direitos civis.
O que o filme se esquece de dizer é que o texto aprovado era, na sua essência, igual àquele que Eisenhower tinha proposto e a que Lyndon B. Johnson se tinha firmemente oposto em 1957.
Richard Nixon é tratado com bastante desprezo no filme, dando a entender que não passa de um mero racista que quer o voto dos negros. Referir que, ainda no senado, ele se tinha batido pelos direitos dos negros… nem pensar, estragaria o enredo.
Havia algo que eu esperava também ver retratado, que foi o papel das armas nos movimentos de libertação dos negros. Na verdade, quando os negros tinham de enfrentar o Ku Klux Klan (quase exclusivamente composto por Democratas) estavam duplamente desprotegidos. Estavam desprotegidos pela polícia e estavam desprotegidos porque o direito constitucional a ter arma lhes era negado.
O próprio Martin Luther King, depois de um ataque a sua casa em meados dos anos 50, viu ser-lhe negado uma licença de porte de arma. Foi no fim dessa década, graças à pressão da National Riffle Association, que os negros passaram a ter o direito a usar armas. E foi nessa altura também que os homens dos capuchos brancos do KKK aprenderam que enfrentar negros armados era bem mais complicado. Até porque aqueles capuchos brancos eram alvos fáceis à noite. O declínio do KKK começou aí.
Enfim, o filme até conseguiu que Ronald Reagan passasse por racista. Na verdade, de acordo com o filme, Ronald Reagan é o primeiro presidente a ordenar que os empregados negros da Casa Branca recebam um ordenado igual ao dos brancos (que até aí era pouco mais de metade). É também o primeiro presidente a convidar a personagem principal para um banquete na Casa Branca.
Mas, claro, o filme não poderia dar tais créditos a um Republicano. Logo a seguir, com a demissão do mordomo, é-nos dito que nada era sincero. Era tudo oportunismo. Mas, mais uma vez, a verdade é diferente. A própria personagem real (aquela em que se baseia a personagem do filme) já o disse em diversas entrevistas. Não me entendam mal. Sigo a política americana desde 1992. E, se votasse, teria votado sempre Democrata. Também considero execrável o lobby da NRA contra um efectivo controlo de armas. Mas história é história e os Democratas não são campeões desta história.
A história do Partido Democrata na luta pelos direitos dos negros é recente, começou com o Civil Rights Act de Johnson, em 1964, e culminou com a eleição de Obama.
Mas não esqueçamos que o Partido Republicano nasceu em meados do século XIX para combater a escravatura então defendida pelo Partido Democrata.
* Sempre que usar a maiúscula para Democratas e Republicanos refiro-me a membros ou apoiantes do Partido Democrata e do Partido Republicano.
in "A Destreza das Dúvidas", por Luís Aguiar-Conraria
06/10/2013
Mudanças climáticas
A maior ameaça que resulta das mudanças climáticas são o desaparecimento das florestas.
Uma antevisão do que pode ser a deflorestação:
Uma antevisão do que pode ser a deflorestação:
Etiquetas:
My God
05/10/2013
E partiu ...
Uma vida intensa, cheia de trabalho e de entusiasmo, sempre para os outros.
Nasceu naquela Serra, estudou na Cidade dos Doutores, viveu em cidades da Europa e de África. Sempre, mas sempre a trabalhar para o bem dos outros.
Onde vivia ou trabalhava, tudo era tocado e mobilizado à sua volta. De tudo fazia uma festa.
Das hortenses, das papoilas, das glicínias, das buganvílias, dos hibiscos, de todas as flores fazia Arte.
E, finalmente, em paz, partiu...
Uma Amiga!
Nasceu naquela Serra, estudou na Cidade dos Doutores, viveu em cidades da Europa e de África. Sempre, mas sempre a trabalhar para o bem dos outros.
Onde vivia ou trabalhava, tudo era tocado e mobilizado à sua volta. De tudo fazia uma festa.
Das hortenses, das papoilas, das glicínias, das buganvílias, dos hibiscos, de todas as flores fazia Arte.
E, finalmente, em paz, partiu...
Uma Amiga!
Etiquetas:
Opinião
04/10/2013
O Porto está lindo!
Ponte D. Luís, rio Douro, vista do cais da Ribeira no Porto:
Etiquetas:
Fotografia,
Turismo
03/10/2013
01/10/2013
Subscrever:
Mensagens (Atom)