Na linha de outras obras fortemente recomendadas (ver) sobre a história do ser humano, é altura de referir "O Colar de Neandertal", uma obra soberba do espanhol Juan Luis Arsuaga.
Veja-se esta síntese bem explicada:
O livro, de Juan Luis Arsuaga, professor catedrático de paleontologia da Universidade de Madrid, descreve a trajetória de hominídeos de uma outra humanidade, não ancestral dos seres humanos, misteriosamente desaparecida há 30 mil anos.
Entre todas as ciências, a paleontologia é uma das que mais está ligada à busca de respostas a perguntas como: “O que somos?”, “De onde viemos” ou “Como nos tornamos o que somos?”.
No seu livro "O Colar do Neandertal - em busca dos primeiros pensadores", o paleoantropólogo espanhol Juan Luis Arsuaga conduz o leitor ao cenário em que se deu o encontro de hominídeos mais decisivo da evolução humana.
Há cerca de 40 mil anos, após habitarem durante quase 300 milénios a Europa e o Oriente Médio, os brancos neandertais passaram a ter em seu hábitat a presença de nossos ancestrais recém-chegados da África - e então com a pela mais escura - os cro-magnons.
Depois de aproximadamente dez mil anos dessa convivência no mesmo continente com seus novos vizinhos, os antigos habitantes desapareceram para sempre.
Desde quando foi descoberto o primeiro fóssil dessa linhagem, em 1856, no vale do rio Neander, na Alemanha, os neandertais foram considerados nossos antecessores até quase o final do século XX. Hoje, a partir de pesquisas genéticas com material obtido dos seus fósseis, esses hominídeos cada vez mais são compreendidos como uma outra linhagem, como uma outra humanidade, surgida há cerca de 300 mil anos a partir de uma outra espécie ancestral comum ao cro-magnon, o Homo Antecessor. Essa nova compreensão da árvore genealógica dos hominídeos colocou um novo mistério para a ciência: como e por que o Homem de Neandertal desapareceu?
Longe de diminuir nosso interesse por esses caçadores selvagens que se extinguiram há cerca de 30 mil anos, a concepção de que eles não teriam sido nossos antepassados acabou por aumentar ainda mais nossa atração pelo estudo de sua evolução. Além de buscar as causas de seu desaparecimento, especialistas em paleontologia e em áreas diretamente ligadas a ela estão cada vez mais empenhados em entender por que nós os sobrepujamos. O que não somos? Como e por que nossa diferença com relação a eles teria nos ajudado a sobreviver?
Em "O Colar do Neandertal", Arsuaga, que é professor catedrático de paleontologia da Universidade de Madrid, apresenta de forma emocionante e rigorosa os fatores evolutivos e ambientais que foram cruciais ao longo do trajeto que vai desde os primeiros hominídeos, há mais de dois milhões de anos, a esse dramático encontro entre nossos antepassados e seus parentes mais próximos. Co-diretor de pesquisas sobre as escavações que vêm sendo feitas em um dos mais importantes sítios paleoantropológicos de todos os tempos, a Serra de Atapuerca, próximo a Burgos, no norte da Espanha, o autor ressalta a importância da especialização que o Homem de Cro-Magnon desenvolveu com o uso da linguagem e de símbolos, que teria proporcionado melhores condições para unir esforços coletivos para enfrentar as grandes transformações climáticas ocorridas nesse período.
Diferentemente das interpretações simplistas sobre o Homem de Neandertal, o livro de Arsuaga mostra em detalhes, como essa linhagem havia também desenvolvido a elaboração de ferramentas e o uso de símbolos. Mas, para o pesquisador, havia diferenças cruciais de enfoque da simbologia dessas duas linhagens. “Os deuses dos caçadores não eram os mesmos deuses dos agricultores e fazendeiros.”
Mais que um pesquisador de grande importância para o conhecimento da evolução humana, Juan Luis Arsuaga - que nasceu em Madrid em 1959, em uma família de origem basca - é um divulgador científico que possui texto de qualidade literária e de fácil compreensão para o público não especializado.
Veja-se esta síntese bem explicada:
O livro, de Juan Luis Arsuaga, professor catedrático de paleontologia da Universidade de Madrid, descreve a trajetória de hominídeos de uma outra humanidade, não ancestral dos seres humanos, misteriosamente desaparecida há 30 mil anos.
Entre todas as ciências, a paleontologia é uma das que mais está ligada à busca de respostas a perguntas como: “O que somos?”, “De onde viemos” ou “Como nos tornamos o que somos?”.
No seu livro "O Colar do Neandertal - em busca dos primeiros pensadores", o paleoantropólogo espanhol Juan Luis Arsuaga conduz o leitor ao cenário em que se deu o encontro de hominídeos mais decisivo da evolução humana.
Há cerca de 40 mil anos, após habitarem durante quase 300 milénios a Europa e o Oriente Médio, os brancos neandertais passaram a ter em seu hábitat a presença de nossos ancestrais recém-chegados da África - e então com a pela mais escura - os cro-magnons.
Depois de aproximadamente dez mil anos dessa convivência no mesmo continente com seus novos vizinhos, os antigos habitantes desapareceram para sempre.
Desde quando foi descoberto o primeiro fóssil dessa linhagem, em 1856, no vale do rio Neander, na Alemanha, os neandertais foram considerados nossos antecessores até quase o final do século XX. Hoje, a partir de pesquisas genéticas com material obtido dos seus fósseis, esses hominídeos cada vez mais são compreendidos como uma outra linhagem, como uma outra humanidade, surgida há cerca de 300 mil anos a partir de uma outra espécie ancestral comum ao cro-magnon, o Homo Antecessor. Essa nova compreensão da árvore genealógica dos hominídeos colocou um novo mistério para a ciência: como e por que o Homem de Neandertal desapareceu?
Longe de diminuir nosso interesse por esses caçadores selvagens que se extinguiram há cerca de 30 mil anos, a concepção de que eles não teriam sido nossos antepassados acabou por aumentar ainda mais nossa atração pelo estudo de sua evolução. Além de buscar as causas de seu desaparecimento, especialistas em paleontologia e em áreas diretamente ligadas a ela estão cada vez mais empenhados em entender por que nós os sobrepujamos. O que não somos? Como e por que nossa diferença com relação a eles teria nos ajudado a sobreviver?
Em "O Colar do Neandertal", Arsuaga, que é professor catedrático de paleontologia da Universidade de Madrid, apresenta de forma emocionante e rigorosa os fatores evolutivos e ambientais que foram cruciais ao longo do trajeto que vai desde os primeiros hominídeos, há mais de dois milhões de anos, a esse dramático encontro entre nossos antepassados e seus parentes mais próximos. Co-diretor de pesquisas sobre as escavações que vêm sendo feitas em um dos mais importantes sítios paleoantropológicos de todos os tempos, a Serra de Atapuerca, próximo a Burgos, no norte da Espanha, o autor ressalta a importância da especialização que o Homem de Cro-Magnon desenvolveu com o uso da linguagem e de símbolos, que teria proporcionado melhores condições para unir esforços coletivos para enfrentar as grandes transformações climáticas ocorridas nesse período.
Diferentemente das interpretações simplistas sobre o Homem de Neandertal, o livro de Arsuaga mostra em detalhes, como essa linhagem havia também desenvolvido a elaboração de ferramentas e o uso de símbolos. Mas, para o pesquisador, havia diferenças cruciais de enfoque da simbologia dessas duas linhagens. “Os deuses dos caçadores não eram os mesmos deuses dos agricultores e fazendeiros.”
Mais que um pesquisador de grande importância para o conhecimento da evolução humana, Juan Luis Arsuaga - que nasceu em Madrid em 1959, em uma família de origem basca - é um divulgador científico que possui texto de qualidade literária e de fácil compreensão para o público não especializado.