30/06/2010

Burrada na Vivo

O governo socretino acaba de impedir a venda da parte (50%) que a PT tem na operadora brasileira Vivo. A proposta apresentada pela operadora espanhola Telefónica - 7.150 milhões de euros - representou 90% do valor bolsista da operadora portuguesa e foi aprovada por uma elevada maioria de 74% dos acionistas.

A esquerda cretácica aplaudiu mais uma escandalosa intromissão socretina na propriedade privada, em nome de um nebuloso interesse estratégico do país. Para quem tem passado o tempo a interferir e a colocar boys na gestão da PT, convenhamos que é uma argumento estafado.

Mas o pior está para vir: o Tribunal de Justiça da União Europeia, a 8 de Julho, vai-se pronunciar sobre a legalidade dos direitos especiais do Estado na PT, sendo muito forte a possibilidade de obrigar à sua eliminação ou provocar uma OPA sobre a própria PT (quem dá 90% dá 100%).

Na verdade, o governo socretino fez um piscar de olhos aos cretácicos para mais tarde se defender com a culpa da UE.

O certo é que a oferta da Telefónica permitiria uma reformulação estratégica da Portugal Telecom, livrando-se definitivamente destes espanhóis que há anos andam a dar facadas no matrimónio e, em alternativa, relançar-se numa aliança com operadoras brasileiras para, desse ponto de apoio, entrar na América Hispânica. Mantendo um casamento à força, a PT passa estar sujeitas aos caprichos da Telefónica na gestão da Vivo e de que já há ameaças conhecidas (congelamento de dividendos, bloqueio de decisões, etc.).

Se a Telefónica desistir da oferta - entretanto prolongada até 16 de Julho - o governo socretino terá deitado para o lixo um valor correspondente a 4% do PIB português, o que para burrada, só lhe faltam as orelhas...