31/10/2010

Uma empresa de táxis

A desbunda socretina não tem limites!
Em tempos de crise (ou até mesmo que não houvesse crise), as evidências de favorecimento de compadres e afilhados é impressionante.

São 13 motoristas, certamente, para montar uma empresa de táxis!

As publicações oficiais, felizmente, falam por si:

Despacho n.º 8346/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Requisita à empresa Deloitte & Touche, Lda., António José Oliveira Figueira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8347/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Requisita à Associação dos Bombeiros Voluntários de Colares Rui Manuel Alves Pereira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8348/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Requisita ao Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio, Hotelaria e Serviços Vítor Manuel Gomes Martins Marques Ferreira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8349/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Augusto Lopes de Andrade para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8350/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Requisita à empresa Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S. A.,Arnaldo de Oliveira Ferreira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8351/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o assistente operacional Jorge Martins Morais da Secretaria-Geral do Ministério da Cultura, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8352/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o assistente operacional Jorge Orlando Duarte Vouga do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I. P., para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8353/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Jorge Henrique dos Santos Teixeira da Cunha para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8354/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa a agente principal da Polícia de Segurança Pública Liliana de Brito para exercer funções de apoio administrativo no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8355/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública José Duarte Barroca Delgado para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8356/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Manuel Benjamim Pereira Martinho para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8357/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Horácio Paulo Pereira Fernandes para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Despacho n.º 8358/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18
Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral
Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Custódio Brissos Pinto para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

Eleição brasileira

Os brasileiros escolhem entre a "pau-mandado" e o "eterno-candidato".

É preciso ver quem é nota falsa!

30/10/2010

Deputado

Estava eu a pensar...
O meu cão dorme em média 20 horas por dia.
Ele tem toda a comida preparada para ele.
Ele pode comer qualquer coisa que lhe apeteça.

A comida é-lhe dada sem custo. Vai ao veterinário uma vez ao ano, ou quando necessário, sempre que algum mal lhe aparece.
E não paga nada por isso e nada lhe é pedido.

Mora numa zona central, com boa vizinhança e numa casa que é muito maior do que ele necessita, mas não precisa limpar nada. Se ele fizer porcaria, alguém limpa. Ele escolhe os melhores lugares da casa para fazer a sua soneca, e recebe essas acomodações completamente grátis.

Vive que nem um rei e sem que isso lhe acarrete qualquer despesa extra. Todos os seus custos são pagos por outras pessoas que tem de sair de casa para ganhar a vida todos os dias.

Eu estive a pensar sobre isto, e de repente concluí...pxxx.. que o pariu... ... ...
O meu cão é deputado!

ass: Belarmino Macuácua

29/10/2010

Otango em Sintra

No Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra, a 29 de Outubro, como parte de uma temporada pela Europa, apresentou-se o grupo argentino 'Otango' com o espetáculo "The Ultimate Show" absolutamente fabuloso.

Suportado num enredo simples, percorre-se a história, origem e a evolução do tango, a música e dança tradicional da Argentina.

SCUT, scut... CCUT

Antes eram Sem Custos para o UTilizador - invenção Cravinho-Guterres-Sócrates - e, agora, CCUT, quer dizer, Com Custos...

E tinha que acontecer: o famoso terrorista Bin QualquerCoisa, comenta a situação das SCUT portuguesas e o estado das estradas em geral.

28/10/2010

O que diz Castel-Branco

"A Pobreza dos moçambicanos não é mental nem espiritual" – afirma o economista e diretor do IESE, para quem o discurso do chefe do Estado Armando Guebuza visa esconder a real origem da pobreza que afeta mais da metade dos moçambicanos Castel-Branco vê na origem do discurso do chefe do Estado uma estratégia para evitar a responsabilização do Governo pelo fracasso das políticas macroeconómicas. Nas palavras de Castel-Branco, para além de ser utilizada como um recurso de coleta de ajuda externa, "a pobreza é um instrumento para manter o Poder com base na aplicação da ajuda externa em serviços públicos", bem como "na distribuição do dinheiro para projectos individuais dos governantes".

O diretor-geral do Instituto Estudos Sociais e Económicos (IESE), Carlos Nuno Castel-Branco, refutou o discurso propalado pelo chefe do Estado, segundo o qual, a pobreza dos moçambicanos é mental. O economista considera que este tipo de discurso é um desvio propositado de Armando Guebuza que visa desviar as verdadeiras razões da pobreza no país.

Castel-Branco fez estes pronunciamentos à margem da publicação das obras: "Pobreza, Desigualdade e Vulnerabilidade em Moçambique"; e Proteção Social: Abordagens, Desafios e Experiências para Moçambique", da autoria de pesquisadores da IESE, em Maputo.

Os comentários de Castel-Branco surgiram no decurso da apresentação de obras do IESE.

Para o economista e investigador, é importante que os moçambicanos não se deixem enganar pelo discurso "miserabilista" de "pobreza mental" do chefe do Estado e encarem a pobreza "como um fenómeno social, que pode ser suprido com base em padrões de produção, distribuição e acumulação da riqueza".

Segundo Castel-Branco, dizer que a pobreza é "mental" ou "espiritual", é "culpabilizar as pessoas pobres devido à sua condição social". Com este tipo de discursos, o chefe do Estado "faz com que a pobreza se torne um problema pessoal e não um fenómeno social", considera o economista.

Discurso estratégico para fugir as responsabilidades

Castel-Branco vê na origem do discurso do chefe do Estado uma estratégia para evitar a responsabilização do Governo pelo fracasso das políticas macroeconómicas.

Castel-Branco mostra outra tendência de discurso do chefe do Estado, de rotular de invejosos os que criticam padrões económicos do Governo.

"Será que acelerar o crescimento económico com base em exportação de recursos naturais e a construção de infra-estruturas de apoio ao desenvolvimento da economia extractiva, associada aos incentivos fiscais não é uma das premissas que gera mais pobreza e mais riqueza ao mesmo tempo? Será que o aumento de preços dos bens básicos de consumo não reduz a oportunidade e opções de desenvolvimento de pessoas singulares no país?", questiona o economista.

Pobreza da população gera riqueza de alguns

Num outro desenvolvimento, o professor universitário diz que a pobreza dos moçambicanos é usada pelo Governo como recurso para conseguir financiamentos externos, que depois são aplicados nos programas de combate à mesma. Segundo a nossa fonte, é evidente que "se a pobreza é um substituto para chancelas fiscais dos recursos naturais por gerar ajuda externa, então o Estado moçambicano pode subsidiar multinacionais", todavia "já não pode subsidiar o pão, o transporte, etc.", disse referindo-se aos mega-projectos que não pagam impostos em Moçambique, sob pretexto de promover o desenvolvimento, quando na leitura do economista, não trazem algum alívio à pobreza.

Nas palavras de Castel-Branco, para além de ser utilizada como recuso de coleta de ajuda externa, "a pobreza é um instrumento para manter o Poder com base na aplicação da ajuda externa em serviços públicos", bem como "na distribuição do dinheiro para projetos individuais dos governantes".

E se os mega-projectos pagassem impostos?

Como tem defendido em diferentes ocasiões, Castel-Branco voltou a afirmar que a isenção fiscal aos mega-projectos é prejudicial ao país.

"O subsídio ao pão custa ao Governo protelar a construção de 10 escolas". "Quantas escolas secundárias poderiam ser construídas? E quantos subsídios para o pão e transporte poderiam ser introduzidos se a Mozal, a SASOL, entre outras empresas, pagassem impostos que deveriam pagar?".

Os livros

Os dois livros do IESE são de carácter científico. O livro "Pobreza, Desigualdade e Vulnerabilidade em Moçambique", contém um total de sete artigos que se debruçam sobre a pobreza, com enfoque no "discurso político oficial sobre a pobreza" baseado nas intervenções do chefe do Estado, Armando Guebuza.

O outro livro – "Protecção Social: Abordagens, Desafios e Experiências para Moçambique" – equaciona diferentes abordagens e debates sobre a protecção social em Moçambique no contexto dos padrões de acumulação de riqueza locais. E é composto por oito artigos que se debruçam sobre o enquadramento institucional e económico da proteção social no país.

in «Canalmoz», 14.09.2010

27/10/2010

Esta foi grassas az novas opertnidades ...

A ministra da educação foi convidada para participar num piquenique em sua honra, oferecido pelos alunos que passaram o 9º ano.

Quando chegou ao local, estranhou ver um monte enorme de sacos cheios de um pó branco. Dirigiu-se ao rapaz que estava a preparar o churrasco e perguntou:

- O que é que está dentro daqueles sacos?

- É cal, senhora ministra.
- Cal ? Mas para quê?
- Eu também não percebi, senhora ministra mas as ordens que recebi foi de comprar 102 sacos de cal!

Intrigada, a Ministra dirigiu-se ao responsável pelo piquenique (um antigo seu aluno que conseguiu evoluir tirando uma especilização no programa das novas oportunidades) e perguntou-lhe o que é que pretendia fazer com tanta cal. Esse seu antigo aluno, espantadíssimo, comentou que não tinha encomendado cal nenhuma. Foram os dois ter com o rapaz que fizera as compras para esclarecerem o assunto.

- Olha lá, quem é que te mandou comprar estes sacos de cal ?
- Foste tu, pá! Agora não te lembras ? Ainda tenho aqui o papel que escreveste.


E exibiu a lista enorme de compras que lhe tinha sido dada.
O antigo aluno mirou, tornou a mirar e disse:

- Eh pá... mas tu és mesmo burro! Não vês que me esqueci de pôr a cedilha? O que eu queria dizer era Çal! E não era 102 sacos mas sim 1 ô 2!

26/10/2010

Lição de investimentos financeiros

Saiu no «Financial Times» (maior jornal económico do mundo).

Uma jovem mulher escreveu um e-mail para o jornal pedindo conselhos sobre "como arranjar um marido rico".

Contudo, mais interessante que o "pedido" da jovem, foi a resposta do editor do jornal que, muito inspirado, respondeu à mensagem, de forma muito bem fundamentada.

E-mail da moça:
"Sou uma miúda linda (maravilhosamente linda) de 25 anos. Elegante, sensual e tenho classe. Quero casar-me com alguém que ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano. Existe no vosso jornal algum homem nessas condições? Ou alguma mulher casada com alguém que ganhe esse valor e me possa aconselhar ?


Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso. E 250 mil por ano não chegam para morar em Central Park West.

Conheço uma mulher (da minha aula de ioga) que casou com um banqueiro e vive em Tribeca! E ela não é tão bonita como eu, nem sequer é particularmente inteligente.

Então, o que ela fez que eu não fiz? Qual a estratégia correta? Como chego ao nível dela?
(Raphaella S.)"


Resposta do editor do jornal:

"Li a sua questão com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu caso e analisei a situação.

Primeiro, eu ganho mais de 500 mil por ano. Portanto, não a estou a fazer perder tempo ...

Posto isto, considero os factos seguintes: Visto da perspetiva de um homem como eu (que reúno os requisitos que procura), o que me está a oferecer é simplesmente, um péssimo negócio.

Eis o porquê: deixando as minudências de lado, o que sugere é uma negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas: Trata-se de uma parceria em que você entra com a beleza física e eu com o dinheiro.

Mas há uma questão:
Com toda a certeza, que com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia acabar, ao contrário do meu dinheiro que pode continuar sempre a aumentar.


Assim, em termos económicos, você é um ativo que se vai depreciar e eu sou um ativo que vai render dividendos. Ainda por cima a sua depreciação será progressiva, ou seja, a taxa vai aumentando o que fará que com o decorrer do tempo o seu ativo vai-se depreciar cada vez de forma mais notória.

Explicando, você tem 25 anos hoje e deve continuar linda nos próximos 5 ou 10 anos, mas sempre cada vez menos. E no futuro, quando se comparar com uma foto de hoje, verificará que está um caco.

Isto é, você hoje está em 'alta', na época ideal de ser vendida, não de ser comprada.

Usando o linguajar técnico de Wall Street , quem a tiver hoje deve mantê-la como 'trading position' (para comercializar) e não como 'buy and hold' (comprar e manter), que é para o que se está a oferecer...

Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um 'buy and hold') consigo não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la durante algum tempo, pode ser uma boa decisão!

Assim, em termos sociais, o que eu lhe proponho é namoro.

Claro que ... para certificar-me de que corresponde aos atributos que apregoa, eu, na condição de provável futuro locatário dessa 'máquina', quero tão-somente o que é de praxe: Fazer um 'test drive' antes de fechar negócio...posso marcar?"

(Philip Stephens, associate editor of the «Financial Times» - USA)"

NR: Não é por acaso que o tipo ganha mais de 500 000 USD por ano

25/10/2010

Sócrates proposto para o Nobel da Física de 2011

Depois da descoberta do neutrão, do protão, do fotão,  do eletrão, do quark, do fermião, do busão, do gluão, José Sócrates Pinto de Sousa acaba de descobrir o pelintrão, um corpo sem massa nem energia que suporta toda a carga.

Com esta descoberta, José Sócrates será um forte candidato ao Prémio Nobel em Física do próximo ano.

24/10/2010

Greve Nacional

Neste momento, o nosso repórter na rua, envia uma imagem de 'depenados' funcionários públicos portugueses, agradecendo ao primeiro-ministro, as medidas recentemente tomadas para proteção do Estado Social.

A imensa satisfação pelas medidas está patente na cara dos funcionários ... (e no resto do corpo):

23/10/2010

Orçamento de Estado para 2011

Hoje, iniciam-se conversações entre o governo e o principal partido da oposição, visando chegar a um acordo viabilização do Orçamento de Estado para 2011.

A GNR em Braga

Onde anda a polícia é o que se pode perguntar depois de assistir a uma dose cavalar de incompetência da GNR, em Braga.

O agente da GNR, certamente, mais preocupado em ir fazer compras ao supermercado, nada faz para resolver um caso de grande risco, valendo a intervenção destemida de um condutor.

Detalhes: atuação da Polícia de Trânsito num caso em que um senhor idoso entrou em contra-mão na Av. Padre Júlio Fragata em Braga, Julho de 2010.

Matrícula da carrinha da GNR-BT: 19-CC-23

22/10/2010

Orçamento controlado

A única forma de cortar despesa é .... usar preservativo:

21/10/2010

Poço sem fundo

Os portugueses vão pagar mais um buraco socretino: o do deficitário Fundo de Pensões da PT, esse mesmo, o que suporta as borgas do SAPO.

20/10/2010

Mulheres

Há quem as prefira de borracha:

19/10/2010

Portugal entrou para o Terceiro Mundo

As famosas SCUT, as autoestradas guterro-cravinhistas que nunca teriam custos para o utilizador e que, em compreensão lenta, acabam de passar a ser portajadas pelo governo socretino, são motivo de chacota internacional.

É, certamente, pelo "choque tecnológico" que envolve!

Veja-se o caso do jornal «El Mundo» que informa que Portugal implantou as portagens mais caras e caóticas do mundo.

Comentários para quê?

Palestra sobre socialismo

18/10/2010

Tradições

A demagogia usada para defender boas ideias que podem valer por si só:

17/10/2010

Um tipo com azar mas bons amigos

Cidadãs brasileiras identificaram magistrado do Funchal como um dos clientes regulares. Um dos juízes votou contra.

A vida corria tranquilamente a A., procurador adjunto do Ministério Público do Funchal. Tribunal durante o dia, casa de alterne à noite. Só que uma operação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) junto do bar levou a que algumas das cidadãs brasileiras que ali trabalhavam identificassem A. como um dos clientes habituais. Conclusão: um processo disciplinar que terminou com uma pena de suspensão por 210 dias, que, em Julho deste ano, o Supremo Tribunal Administrativo revogou.

De acordo com os depoimentos recolhidos junto das trabalhadoras de tal estabelecimento, o dr. A foi identificado por quatro delas como frequentador regular, "sendo aí conhecida a sua qualidade de magistrado e beneficiando, por isso, de bebida e sexo gratuitos". Uma das cidadãs brasileiras ouvidas, segundo o processo, "fez uma exacta e inequívoca descrição física" do procurador. A auto-intitulada "madame das meninas", por sua vez, confirmou também conhecer o "dr. A. do tribunal".

A situação complicou-se ainda mais para o procurador quando, no dia em que as cidadãs brasileiras testemunharam em tribunal em "declarações para memória futura", uma das suas colegas garantiu tê-lo visto em amena cavaqueira "com uma ou duas das pessoas ligadas àquele bar".

E mais complicada ficou quando uma das alternadeiras disse no processo que chegou a ter relações sexuais com o magistrado "a fim de obter informações sobre um processo que corria contra um dos responsáveis do bar". Mas, apesar de o instrutor do processo disciplinar ter dado crédito ao relato, os juízes-conselheiros do STA consideraram aquela versão como "inverosímil" ou "nitidamente fantasiosa". Primeiro, explicaram, porque o procurador "não era titular de um qualquer processo do género". Depois, "por não se acreditar que a rapariga estivesse à altura de, com êxito, extrair de um magistrado informações secretas", lê-se no acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, assinado pelos juízes Jorge Madeira dos Santos (relator), Luís Pais Borges e Rui Manuel Botelho (que votou vencido com a decisão).

O processo disciplinar acabou com uma condenação no Conselho Superior do Ministério Público. 210 dias de suspensão e posterior transferência para uma comarca do distrito judicial de Lisboa. Já aqui, a decisão não foi pacífica. Na reunião de Maio de 2009, votaram contra a pena aplicada Pinto Nogueira, procurador distrital do Porto, Paulo Gonçalves, procurador da República, Edite Pinho, procuradora adjunta, e Barradas Leitão, advogado, membro do CSMP eleito pela Assembleia da República.

O procurador apresentou, pelo menos, dois recursos junto do Supremo Tribunal de Justiça.

No último acórdão, os juízes-conselheiros acabaram por anular a pena, devolvendo o processo disciplinar ao Conselho Superior do Ministério Público. Para esta decisão concorreram dois argumentos: em primeiro lugar, alguns dos factos imputados ao procurador adjunto estavam já prescritos. Seguidamente, o facto de o magistrado frequentar um bar de alterne não faz com que, automaticamente, esteja a violar os seus deveres profissionais. Isto é, sobre o seu comportamento há apenas uma "suspeição" de que possa violar e não a comprovação deste facto.

Quem não partilhou deste entendimento foi o juiz-conselheiro Rui Botelho, que votou contra a decisão, apresentando uma declaração de voto arrasadora para com o procurador do Ministério Público. Começando por dizer que o processo disciplinar deu "como assente" que o magistrado do MP frequentava o bar de alterne e, devido à sua profissão, tinha bebidas e sexo gratuitamente, o juiz-conselheiro considerou que se estava perante uma falha disciplinar.

"Quem suportava os custos pretendia obter compensações e quem deles beneficiava, sabendo que os serviços tinham custos e que aquelas casas existem para dar lucro, não ignorava que só não pagava por ser quem era e que justamente por isso alguma vez poderia ter de retribuir o serviço, porquanto, como também se não ignora, em linguagem corrente, "não há almoços grátis", escreveu o juiz-conselheiro.

Por isto, o juiz-conselheiro Rui Botelho considerou que a ação interposta pelo procurador adjunto do Funchal para anular o acto de condenação do Conselho Superior do Ministério Público deveria, ao contrário do que foi decidido, ser declarada como improcedente.
O processo vai baixar novamente ao Conselho Superior do Ministério Público para que a pena e as conclusões sejam refeitas. Caso o entendimento do Supremo quanto à prescrição dos actos e à ausência de factos que incriminem o procurador se mantenha, o caso pode ser pura e simplesmente arquivado.

in DN, 04.10.2010

16/10/2010

Europa em declínio

O que pensam os chineses sobre a Europa está bem expresso na entrevista feita ao professor Kuing Yamang.

E o pior é que tem toda a razão: a carga fiscal que suporta o "estado social" está a constituir entrave ao crescimento económico num contexto de competição global.

15/10/2010

Orçamento socretino

O governo socretino apresenta o Orçamento de Estado para 2011.

Depois da fase idílica que embalou os portugueses, é chegado o momento de choque. O susto é grande, o aperto ainda maior.
 

14/10/2010

Petição sobre medidas anti-crise

Orçamento do Estado para 2011

Todos os governantes falam em cortes das despesas (não dizem quais) e aumentos de impostos, a pagar pela malta.

Não se ouviu nenhum governante falar em:
- Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizá-los como no estrangeiro;
- Reforma das mordemias na Assembleia da República como, almoços com digestivos a € 1,50;
- Acabar com os milhares de Institutos que não servem para nada e tem funcionários e administradores com 2º ou 3º emprego;
- Acabar com as empresas Municipais, com Administradores de milhares de euros mês e que não servem para nada;
- Redução drástica das Câmaras Municipais, Assembleias, etc,;
- Redução drástica das Juntas de Freguesia;
- Acabar com o pagamento de € 200 por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e € 75 nas Juntas de Freguesia;
- Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc., das Câmaras, Juntas, etc. que se deslocam em uso particular pelo País - no estrangeiro isto não acontece;
- Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia;
- Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros;
- Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado;
- Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e, respetivas estadas em Lisboa em hotéis cinco estrelas;
- Controlar os dirigentes da Função Pública que nunca estão no local de trabalho e que fazem outros trabalhos nesse tempo;
- Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos;
- Acabar com as várias reformas por pessoa, do pessoal do Estado;
- Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP;
- Por aí fora - Recupera-se depressa a posição do país;

Já estou cansado, fica assim.

Abaixo assinado que circula por e-mail

13/10/2010

Violência doméstica

O ambiente selvagem que se vive na generalidade das escolas portuguesas, a perda de ética nas relações familiares e profissionais, o terrorismo cívico nas ruas e no trânsito, têm uma explicação e multiplicar-se-ão.

12/10/2010

Chantagem Socretina

Carta aberta a Pedro Passos Coelho

I. José Sócrates e o PS, caro Pedro Passos Coelho, estão a fazer uma chantagem vergonhosa sobre o PSD. Vergonhosa. Porque José Sócrates, para ameaçar o PSD, tem uma arma apontada a Portugal. No fundo, o primeiro-ministro está a dizer isto: "se não fazes o que eu quero, eu disparo e deixo o país no caos". É isto que José Sócrates está a fazer. Não se esperava outra coisa de José Sócrates. Mas, meu caro Pedro, há que conter a raiva que este comportamento de Sócrates provoca. V. Exa. tem de manter a calma, e fazer o que é melhor para Portugal. E isso, na minha opinião, passa pelo seguinte: o PSD deve abster-se na votação do Orçamento do Estado 2011. A sua abstenção é o melhor para as nossas finanças e para a nossa democracia. E, se me permite, passo a explicar porquê.

II. Se o PSD derrubar o Governo, o pior cenário financeiro e económico vai bater à porta. A ausência de liderança política vai criar uma espiral de desconfiança nos mercados que só poderá ser travada pelo FMI. Este cenário poderá não acontecer, mas a sua probabilidade é elevada. Demasiado elevada, e V. sabe disso, com certeza. Além da subida intolerável dos juros da dúvida pública, este cenário poderá levar ainda a um corte de crédito dos bancos à sociedade (ainda mais). Ou seja, a economia pode parar por completo. Quando comparada com este afundamento total da economia, a mini-recessão provocado pela subida do IVA é brincadeirinha, dr. Passos Coelho.

III. E o pior disto tudo é que V. corre o risco de ficar associado à austeridade do FMI, mesmo quando não tem culpas no cartório. E, assim, aconteceria algo pouco digno para a democracia: com o FMI em Portugal, José Sócrates desviaria para o FMI e para o PSD o ónus de 15 anos de governação socialista. Pior: V. corre o risco de recusar um orçamento que aumenta impostos para depois aprovar como primeiro-ministro um "orçamento FMI" que aumenta impostos. Porque, meu caro, se V. vencer as eleições antecipadas em Maio, V. governará com o FMI, e o seu Governo não passará de um faxineiro da sujeira deixada pelo PS. Ou seja, o PSD fará o trabalho sujo que devia ser feito pelo PS. E, assim, mais uma vez, Portugal perderá a oportunidade de ter um Governo reformista, porque V. teve demasiada pressa para chegar ao poder, e porque não deixou que a democracia punisse convenientemente o adversário.

IV. Em suma, caro Pedro, se derrubar agora o Governo, o PSD estará a fazer o jogo do PS. Por outras palavras, o PSD arrisca-se a ficar com a culpa de 15 anos de governação do PS. O PS arruinou Portugal, mas o PSD arrisca-se a ser o mau da fita aos olhos do eleitorado. "Ah, mas foi o PS que arruinou o país". Pois foi, mas o eleitorado não olha para a razão. Olha para quem lhe bate. Isto não é tática política. É a defesa da democracia, caro Pedro. Em democracia, quem governa 15 anos tem de ser julgado, e não pode ter a possibilidade de desviar as suas responsabilidades para x e y.

V. Continuando, caro Pedro . Teixeira dos Santos só disse uma coisa acertada nos últimos tempos: o Governo "surpreendeu os partidos da oposição, principalmente o PSD, que não contava com um corte na despesa desta dimensão" (Expresso). Isto é verdade. Até 28 de Setembro, o Governo manteve o seu autismo habitual, a despesa continuava candidamente a aumentar (e continua), Sócrates dava sinais constantes de que não iria cortar na despesa, e Teixeira dos Santos dava sinais de que iria apresentar um orçamento "normal", e não de "guerra". Ora, sucede que Sócrates e Teixeira dos Santos cortaram na despesa, mesmo em zonas que eram supostamente intocáveis, como a massa salarial da função pública. Portanto, este não é um orçamento qualquer. Aumenta impostos? Pois, pois aumenta. Mas no estado em que o PS deixou isto, ninguém pode jurar que não aumentaria impostos no sentido de atingir os compromissos que temos com os parceiros da nossa moeda (isto é outra coisa que convinha explicar aos portugueses: o euro é a nossa moeda; não é a moeda "deles" lá da Europa). V. conseguia atingir as metas sem aumentar impostos? Pois muito bem: diga onde é possível cortar (a lista de Marques Mendes?) e responsabilize o PS pelo aumento de impostos. O PS é que é Governo.

VI. Este orçamento ainda não repensa a arquitectura do Estado? Pois não. Mas V. não pode esperar que um orçamento faça o trabalho que devia ter sido feito por dezenas de orçamentos. V. queria que um único OE revolucionasse o nosso Estado com décadas e décadas de vícios? Mas, atenção, como disse Daniel Bessa, o OE2011 destruiu as ilusões do regime . O 29 de Setembro é uma espécie de novo ano zero. Por outras palavras, a requalificação do Estado e do Estado Social é uma tarefa para a próxima década, a década que se segue ao 29 de Setembro.

VII. Aliás, é nisso que V. devia estar a pensar: na próxima década, e não no próximo ano. Ou seja, V. devia pegar nos temas que desenvolveu no verão. As mudanças necessárias na estrutura do estado, na saúde, na educação, etc. são os debates que devem ser desenvolvidos agora. Porque a verdade é esta: todos os jornalistas e analistas que atacaram as suas propostas de mudança têm agora de pensar numa coisa: depois do 29 de Setembro, é possível não mudar? Este statu quo é insustentável, e V. teve o mérito de alertar para isso antes de 29 de Setembro. Ao contrário da maioria, eu acho que esse foi o seu melhor momento. V. foi inexperiente e atabalhoado na forma como mexeu em temas quentes (saúde, lei laboral, etc.), mas teve a coragem de mexer. E agora V. está a ver a realidade a dar-lhe razão. Repare numa coisa: a UE já disse a Teixeira dos Santos que ele tem de mudar a lei laboral portuguesa. Mais uma vez, V. tinha razão.

VIII. Portanto, V. já demonstrou ter coragem. Mas agora pede-se realismo . Não pense no próximo ano, pense na próxima década, e prepare uma narrativa que explique às pessoas a necessidade imperiosa da mudança. Estou certo que V. faz esta pergunta aos seus botões: "mas como é que o PS tem ainda 30% nas sondagens?" Eu explico: em tempos de crise, em tempos em que a mudança começa a ser inevitável e "forçada", as pessoas têm medo e agarram-se ao que têm. O PS é o partido que capitaliza esse medo da mudança. Caro Pedro, mostre às pessoas que a mudança, além de ser inevitável, é justa e algo que melhora a vida das pessoas. Caramba, se isto está tão mal, porque carga de água não podemos mudar?

Henrique Raposo
in «Expresso», 11.10.2010 (e 12.10.2010)

NR: assinemos por baixo!

11/10/2010

O combate

De vez em quando, umas surpresas agradáveis na TVI 24.

Aqui, o "Combate de Blogues":
 

10/10/2010

Santíssima "Kim"drade Coreana

Na auto-designada "República Democrática Popular da Coreia" - na verdade "Monarquia Comunista do Norte da Coreia" -, o neto de "Presidente Eterno" Kim il-Sung, de seu nome Kim Jong-un, acaba de ser nomeado para suceder ao seu pai Kim Jong-il, o presente líder deste miserável país-prisão e que já havia herdado a coroa paterna.

Trata-se do único caso de monarquia comunista e que tem um dedicado admirador em Bernardino Soares, deputado PCPista.

Por ocasião do aniversário do Partido, o príncipe foi apresentado ao mundo.

Nós qué negoce

A candonga e corrupção do sistema guebuzino está muito bem caraterizado num programa humorístico da Rádio Moçambique e que pode ser ouvido aqui.
  

09/10/2010

Socialismo esquemático (*)

Silva Lopes, um senhor muito ouvido e respeitado, defendeu recentemente, com autoridade e bonomia, o congelamento dos salários dos portugueses que, recorda o boletim estatístico de Janeiro passado do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, se cifrava, em termos médios, em 891,40 euros mensais.
Socorro-me de um estudo realizado pelo economista Eugénio Rosa para trazer à colação que aquele senhor: auferia mensalmente 102.562,30 euros quando, em Maio transato, deixou a presidência do Montepio; por 4 anos de atividade naquela instituição, vai receber cerca de 4.000 euros de reforma mensal, que somará a outra da Caixa Geral de Depósitos e, ainda, a uma terceira, do Banco de Portugal; embora invocando a necessidade de descansar para sair do Montepio aos 74 anos de idade, aceitou, de seguida, o cargo de administrador da EDP Renováveis, provavelmente em coerência com a sua visão socialista da economia e do mercado de trabalho.

Obviamente que o pecúlio de Silva Lopes é legalmente imaculado e não me incomoda a sua abundância. Mas, do alto do seu luxo, não lhe sobra moral para vir a público referir-se à miséria dos outros. Isto, que numa sociedade civilmente vigorosa teria merecido vivo questionamento, foi, outrossim, tranquilamente retomado para outros excelsos intérpretes do politicamente correto anunciarem que o garrote continuará a torturar o indígena.

"A putrefação"
Santana Castilho
in «Público», 01.04.2009

(*) esquemático, que se baseia num esquema, isto é, num jeito ou expediente.

O esquematismo é uma forma de representar objetos reais com um estilo caraterizado pelo uso de traços simbólicos e simplificados que não pretendem ser realistas. O desenho resultante, usualmente, omite detalhes irrelevantes para a informação que interessa ressaltar, sendo os elementos reduzidos a diagramas arbitrários ou convencionais que tangenciam a abstração e que, apesar disso, são facilmente acessíveis para a compreensão humana.

Amiúde acrescentam símbolos abstratos, de difícil interpretação se o debuxo está fora de contexto, mas compreensível para o espectador familiarizado com os elementos icónicos e diagramas utilizados.

O esquematismo é um recurso artístico que se dá em numerosas correntes ao longo de toda a História; mas também é utilizado em outros campos da vida humana nos que se precisa um sistema comunicativo universal e acessível, por exemplo, os sinais de tráfego, os planos, os esquemas de reparação ou montagem de objectos compostos, os processos cientistas (Wikipedia)

08/10/2010

Segunda grande notícia

O Prémio Nobel da Paz de 2010 acaba de ser atribuído a Liu Xiaobo (n. 28.12.1955), um prisioneiro político da ditadura chinesa.

Depois da escolha de Mario Vargas Llosa a 7 de Outubro, a nomeação de Liu Xiaobo é a segunda excelente notícia na frente de luta pela Liberdade, Democracia e Paz.

Na verdade, a sua indicação constitui um desafio à tirania chinesa mas, ao mesmo tempo, um convite para que adira ao mundo do séc. XXI, onde não há espaço para regimes despóticos, iluminados e corruptos.

Recorde-se que Liu Xiaobo está preso!

O inferno nacional

Versão portuguesa

José Sócrates finou-se e foi recebido por São Pedro, às portas do Céu.

Tendo em conta uma vida de patifarias e malandragem, São Pedro indicou-lhe prontamente o caminho do Inferno mas dando-lhe a possibilidade de escolha:

- José, tendo em conta os altos cargos que desempenhaste em vida, podes escolher entre o Inferno Russo e o Inferno Português...

- Mas, São Pedro, qual é a diferença entre o Inferno Russo e o Inferno Português?

- É simples: no Inferno Português levas todos os dias com um balde de estrume, em cima; no Inferno Russo, o balde é dia-sim, dia-não...

- Ah, então São Pedro, escolho o Inferno Russo, claro!

E lá foi o camarada Sócrates para o Inferno Russo.
De passagem pela entrada do Inferno Português, avista o camarada Álvaro Cunhal...

- Então dr. Cunhal, afinal está por aqui no Inferno Português? Não foi para o Inferno Russo onde o balde de estrume é só de dois em dois dias?

- Pois é José: no Inferno Russo, o estrume é de dois em dois dias. Mas, aqui, no Inferno Português, ainda que o estrume seja todos os dias, na verdade, nuns dias, falta o estrume, noutros, falta o balde...

Versão moçambicana

Armando Guebuza teve uma babalaza e acabou em audiência com São Pedro, às portas do Céu.
Tendo em conta uma vida de vigarices, cabritismo, canganhiça e corrupção, São Pedro indicou-lhe prontamente o caminho do Inferno mas dando-lhe a possibilidade de escolha:

- Armando, tendo em conta a 'estrutura' que tu foste em vida, podes escolher entre o Inferno Russo e o Inferno Moçambicano...

- Baiete São Pedro, afinal, explica lá a diferença do Inferno Russo e do Inferno Moçambicano?

- Oh meu mamparra, é simples: no Inferno Moçambicano levas todos os dias com um balde de estrume em cima; no Inferno Russo, o balde é dia-sim, dia-não...

- Ok, São Pedro, eu previro bichar para o Inferno Russo, claro!

E lá foi o camarada Armando para o Inferno Russo.
De passagem pela entrada do Inferno Moçambicano, avista o camarada Samora Machel...

- Então camarada presidente, afinal? Estás aqui no Inferno Moçambicano? Não foste para o Inferno Russo onde o balde de estrume é só de dois em dois dias?

- Oh meu bongolo Armando: no Inferno Russo, o estrume é de dois em dois dias. Mas, aqui, no Inferno Moçambicano, o estrume planificado para todos os dias, afinal, nuns dias, falta o estrume, noutros, falta o balde...

Versão brasileira

Lula da Silva teve treco e foi dar com o São Pedro, às portas do Céu.
Tendo em conta uma vida de pelintragem e malandragem, São Pedro indicou-lhe prontamente o caminho do Inferno mas dando-lhe a possibilidade de escolha:

- Lula, tendo em conta os altos cargos que desempenhaste em vida, podes escolher entre o Inferno Russo e o Inferno Brasileiro...

- Oi, São Pedro, mas qual é mesmo a diferença entre esse Inferno Russo e o Português?

Muito simples: no Inferno Português levas todos os dias com um balde de estrume, em cima; no Inferno Russo, o balde é dia-sim, dia-não...

- Vou nessa, São Pedro, em enfio para o Inferno Russo, né!

E lá foi o camarada Lula para o Inferno Russo.
De passagem pela entrada do Inferno Brasileiro, avista o camarada Prestes...

- Então companheiro Prestes, afinal tu está aqui no Inferno Brasileiro, qual é a tua? Tu não foi mesmo para o Inferno Russo, que tem balde de estrume só de dois em dois dias?

- Vê lá Lula: no Inferno Russo, o estrume é de dois em dois dias. Mas, aqui, no Inferno Brasileiro, estrume é para todos os dias, né, mas você sabe como é mesmo, tem dias, falta o estrume, outros, falta é o balde...

07/10/2010

Mario Vargas Llosa

O peruano Mario Vargas Llosa ou Jorge Mario Vargas Llosa,  é o nomeado Prémio Nobel da Literatura de 2010, de acordo com o anúncio da Academia Real Sueca.

Politicamente desalinhado com a maioria dos escritores latino-americanos e sobre o qual se dizia que nunca seria nomeado por não ser comunista, acaba de ser escolhido pela qualidade da sua obra e constitui um incentivo para todos os que lutam pela liberdade e democracia na América Latina.

Parabéns ao Peru, aos amigos peruanos e à literatura em língua espanhola.

Organização socretina de um local de trabalho

Diagrama esclarecedor

Quando os chefes olham para baixo só vêem merda;
Quando os tipos de baixo olham para cima só vêem caras de cu...

06/10/2010

Quanto custa esta República

Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 – Resolução da Assembleia da República nº 11/2010 (em http://www.dre.pt/)

Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da República:

01 - Vencimento de Deputados ........................................................12 milhões 349 mil Euros
02 - Ajudas de Custo de Deputados ...................................................2 milhões 724 mil Euros
03 - Transportes de Deputados .........................................................3 milhões 869 mil Euros
04 - Deslocações e Estadas .................................................................2 milhões 363 mil Euros
05 - Assistência Técnica .……..............................................................2 milhões 948 mil Euros
06 - Outros Trabalhos Especializados .…..........................................3 milhões 593 mil Euros
07 - Restaurante, Refeitório, Cafetaria ..............................................................961 mil Euros
08 - Subvenções aos Grupos Parlamentares ....................................................970 mil Euros
09 - Equipamento de Informática .....................................................2 milhões 110 mil Euros
10- Outros Investimentos .................................................................2 milhões 420 mil Euros
11- Edificios ..........................................................................................2 milhões 686 mil Euros
12- Transfers Diversos .....................................................................13 milhões 506 mil Euros
13- Subvenção aos Partidos na AR ..................................................16 milhões 977 mil Euros
14- Subvenções de Campanhas Eleitorais ......................................73 milhões 798 mil Euros

TOTAL A DESPESA ORÇAMENTADA PARA O ANO DE 2010:
191 405 356,61 (191 milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos)

05/10/2010

Fraco Rei faz fraco Povo


Uma opinião desassombrada de Frei Fernando Ventura.

Assinando por baixo! E sem comentários.


A república

04/10/2010

Venda dos aneis

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) acaba de anunciar a venda da sua sede - Av. João XXI em Lisboa - ao seu Fundo de Pensões do pessoal, por um montante de cerca de 250 milhões de euros. Nessa operação estima obter uma mais-valia (lucro) de 103 milhões de euros.

Eis uma operação Robin dos Bosques.

Com esta "contabilidade criativa", a CGD toma uma decisão que, sendo obrigatoriamente do conhecimento do acionista - o Estado - visa obter , ainda em 2010, um lucro extraordinário que remunere esse mesmo acionista.

Essa mais-valia vai diretamente para equilibrar o Orçamento. Assim se percebe como o ministro Teixeira do Santos garantia tua fazer para cumprir o défice orçamental.

O governo socretino dirá que não interferiu na decisão "empresarial", "comercial" da CGD. Como se fosse credível que um qualquer conselho de administração de uma empresa dos Estado pudesse tomar tal decisão sem cobertura do ministro das Finanças e do primeiro-ministro.

Na verdade, esta manobra visa, no curto prazo, enganar Bruxelas com um equilíbrio fictício das contas públicas; a prazo, retira 103 milhões de euros desse fundo de pensões e aos respetivos empregados que terão as suas poupanças confiscadas.

Haverá mais vida para além do orçamento (*) ?

A gravidade da crise orçamental portuguesas está exposta na praça pública.
A bancarrota vai para debaixo do tapete.
A desvergonha está à solta.

(*) famosa frase mortal e inconsciente de Jorge Sampaio (PR) contra Manuela Ferreira Leite (MF), em 2003

Um socialista decente

Austeridade "não toca na gordura do Estado e nos interesses da oligarquia"
Henrque Neto (*), em entrevista ao «Público», voltou a não poupar críticas às políticas económicas deste Governo. Diz que só os estadistas sabem ouvir os "críticos" e acrescenta que o chefe de governo utilizou um otimismo "bacoco e inconsciente" para esconder os problemas.

Desde o Governo de António Guterres, tem participado nos congressos do PS apresentando moções críticas para as políticas na área económica, por as considerar desajustadas das necessidades do país. Como vê a actual situação?

Com grande preocupação. Como português que gosta muito do seu país, não posso deixar de lamentar as oportunidades perdidas e os erros cometidos. Infelizmente, os nossos governantes não sabem da importância de ouvir os críticos, que é uma qualidade que está apenas ao alcance dos estadistas.

Como é que explica que, apesar dos avisos, o Governo tenha ignorado o impacto que a crise financeira iria ter na economia nacional?

Não há uma resposta simples para essa questão. Penso que é um misto de falta de sentido de Estado, de ignorância, de voluntarismo e de teimosia e, porventura mais importante, de falta de convicção sobre o interesse geral a que muitos chamam patriotismo.

Como avalia as linhas gerais propostas pelo Governo para reduzir o défice do Estado em 2011?

Pelo que se ficou a saber, certo é apenas que os portugueses pagarão, em 2011 e nos anos seguintes, os erros, a imprevidência e a demagogia acumulada em cinco anos de mau Governo. É por isso que, nestas circunstâncias, falar da coragem do primeiro-ministro e do ministro das Finanças, como alguns têm feito, é um insulto de mau gosto a todos os portugueses que trabalham, pagam os seus impostos e vêem defraudadas as suas expetativas de uma vida melhor. As medidas propostas, sendo inevitáveis, dada a dimensão da dívida e a desconfiança criada pelo Governo junto dos credores internacionais, não tocam no essencial da gordura do aparelho do Estado e nos interesses da oligarquia dirigente. Mas o pior é que estas medidas, pela sua própria natureza, não são sustentáveis no futuro e não é expetável que, com este Governo, se consiga o crescimento sustentado da economia.

Acredita na execução orçamental de 2010?

Tanto quanto se sabe, o Governo não cumpriu as medidas acordadas com o PSD, do lado da despesa, no PEC (Plano de estabilidade e Crescimento) 1 e no PEC 2. Mas, como todos sabemos, a contabilidade governamental é elástica e algumas das medidas agora apresentadas terão efeito ainda este ano, pelo que seria um absurdo indesculpável o Governo não cumprir o objetivo do défice para 2010.

Quais os efeitos das medidas anunciadas na economia real?

Os livros de Economia ensinam que estas medidas matam qualquer economia, e essa é uma razão adicional para as evitar em tempo útil, com bom senso e boa governação. Em qualquer caso, temos a vantagem de ser um pequeno país e acredito que as empresas têm condições para salvar a economia portuguesa. Mas, para isso, precisam de uma estratégia nacional clara e coerente, um Estado sério e competente que defenda o interesse geral e uma profunda reforma ao nível da exigência educativa. O objetivo principal terá de ser subir na cadeia de valor através da inovação e de recursos humanos mais qualificados.

Continua a haver risco de Portugal necessitar da intervenção do FMI?

Um Governo que deixou chegar as finanças à presente situação, dificilmente evitará a vinda do FMI.

Partilha da opinião dos que defendem que o melhor contributo que o Governo pode dar à economia é consolidar as contas públicas?

A consolidação das contas públicas é uma condição necessária mas não suficiente. Apenas o crescimento sustentado da economia abrirá novas perspetivas aos portugueses. Mas, neste domínio, José Sócrates iludiu, durante cinco longos anos, todos os reais problemas da economia através de um otimismo bacoco e inconsciente.

Não o fez apenas por ignorância, mas para servir os interesses da oligarquia do regime, através da especulação fundiária e imobiliária, das parcerias público-privadas, dos concursos públicos a feitio, das revisões de preços e de uma miríade de empresas, institutos, fundos e serviços autónomos, além das empresas municipais. Regabofe pago com recurso ao crédito e sem nenhum respeito pelas gerações futuras.

Como se resolve o dilema: estimular a economia e equilibrar as contas públicas?

Nas atuais condições de endividamento, dificilmente se conseguirão ambas as coisas. Por isso a dívida pública que os últimos governos deixaram acumular deveria constituir crime público. Porque nos tornou dependentes dos credores internacionais e coloca em causa o bem mais precioso de qualquer país, que é a independência nacional. Que, no caso de Portugal, tem mais de oito séculos e custou muito sofrimento. Aliás, por isso, e talvez não por acaso, infelizmente, são cada vez mais frequentes as tiradas vindas de alguns setores apregoando que o país não é viável e que os portugueses não se sabem governar, ou que a solução dos nossos problemas passaria por uma qualquer união ibérica.

É possível cumprir as metas orçamentais sem aumento de impostos que permitem receitas imediatas?

Teria sido possível se a previsão fizesse parte do léxico do Governo de José Sócrates. Mas como, a três meses do final do ano, o ministro das Finanças ainda precisa de medidas adicionais e pede à oposição que lhe indique onde cortar na despesa, a resposta é não, no curto prazo, os impostos adicionais são inevitáveis.

Das declarações do Governo, ficou com ideia de que ele deixou cair o investimento público associado às grandes obras, TGV e aeroporto?

A ideia com que se fica é que o primeiro-ministro não leva em conta o interesse nacional, mas os interesses dos grupos de pressão dos setores financeiro e das obras públicas, o que é a única explicação para a dimensão dos erros cometidos. Estamos a construir mais auto-estradas que ficam vazias e sem carros e um TGV com um traçado que não favorece a economia, ao mesmo tempo que nada foi feito para termos um porto de transhipment e transporte ferroviário de mercadorias para a Europa, investimentos cruciais em logística, para podermos ambicionar atrair mais investimento estrangeiro e desenvolver uma verdadeira capacidade exportadora. Em qualquer caso, contra toda a sanidade económica e financeira, o Governo não parou a maioria das obras programadas e utilizará o fantasma das indemnizações aos empreiteiros para as não parar.

Durante as últimas eleições, Passos Coelho desalinhou com a liderança do PSD da altura e veio também defender os grandes investimentos públicos como o TGV?

Infelizmente, Portugal está na senda de escolher jovens primeiros-ministros que não sabem do que falam. O que é agravado pela inexistência de uma estratégia nacional integradora das grandes decisões de investimento público. Desta forma, os investimentos são encarados como obra pública avulsa, o que conduz a cada cabeça cada sentença. Pedro Passos Coelho é parte desse problema, que, além disso, permite as constantes mudanças de opinião.

O que diz é que o jogo político entre as altas figuras que lideram o PS e o PSD se tem sobreposto ao desenvolvimento do país?

É inegável que existe um bloco central inorgânico na política portuguesa, que defende interesses privados ilegítimos e permite a acumulação de altos e bem pagos cargos na administração do Estado e nas empresas do regime. O que é facilitado pelo chamado centralismo democrático praticado nos diversos partidos políticos e pela habitual passividade e clubismo do povo português. Nesse capítulo, atingimos o ponto zero da moralidade pública e não vejo como será possível colocar a economia portuguesa no caminho do progresso e do crescimento, com algumas das principais empresas e grupos económicos a poderem ter relações privilegiadas com o poder político e a ser-lhes permitido fugir da concorrência e dos mercados externos, por força do clima de facilidade e de privilégio que detêm no mercado interno.

Nos últimos anos, chamou várias vezes a atenção para a promiscuidade dos grandes interesses privados com altas figuras do Estado. O cidadão tem a ideia de que não paga essa fatura. O facto de o cidadão ser chamado agora a pagar a fatura vai ter consequências?

Não sei quando é que os portugueses dirão "basta!". Mas sei que o maior problema resultante da imoralidade das classes dirigentes é a pedagogia de sinal negativo que isso comporta. Infelizmente, muitos portugueses têm a tentação de pensar que, se alguns enriquecem de forma fácil e rápida por via da sua atividade política, isso também lhes pode acontecer a eles no futuro. Fenómenos como o BPN e o BPP têm muito a ver com esta amoralidade geral reinante. Por outro lado, como pode o cidadão comum combater a corrupção, se o próprio Governo não fizer o que deve e pode para encabeçar esse combate, como ainda aconteceu recentemente?

(*) Henrique Neto tem 74 anos e é militante do PS há cerca de 20. Mas é também um empresário da Marinha Grande, tendo criado a Iberomoldes em 1975, uma exportadora de moldes, de componentes para automóveis e de engenharia de produtos

in «Público», 04.05.2010
  

A tradição vem de longe!

O jornal republicano «A Vanguarda» de 23 de Agosto de 1895 é muito elucidativo:


03/10/2010

Diferença entre um GNR e um Socialista

Um homem, voando de balão, dá conta de que está perdido. Avista um GNR, aproxima-se dele e pergunta-lhe:

- Pode ajudar-me? Fiquei de me encontrar às duas da tarde com um amigo, já estou meia hora atrasado e não sei onde estou.

- Claro que sim! - responde-lhe o guarda - O senhor está num balão, a 20 metros de altura, algures entre as latitudes de 40 e 43 graus norte e as longitudes 7 e 9 graus oeste.

- Você é da GNR, não é?

- Sou sim senhor! Como foi que adivinhou?

- Muito fácil: porque o que me disse está tecnicamente correcto mas é inútil na prática. Continuo perdido e vou chegar tarde ao encontro porque não sei o que fazer com a sua informação...

- Ah! Então você é socialista!

- Sou! Como descobriu?

- Muito fácil: porque você não sabe onde está nem para onde vai, assumiu um compromisso que não vai poder cumprir e está à espera de que alguém lhe resolva o problema. Com efeito, está exatamente na mesma situação em que estava antes de me encontrar só que agora, por uma estranha razão, a culpa é minha!...