01/09/2010

Contra os guebuzinos

A cidade de Maputo, capital de Moçambique, acordou sob um manto de incerteza, revolta, violência, tiros, pedras, fogo, fumo.

Os "chapas", os meios de transporte privados que diariamente transportam os milhares de trabalhadores da periferia para o centro, deixaram de circular. Por receio de violência, não circulam nem pessoas, nem viaturas. Por todo o lado, há pneus a arder.

Durante vários dias, circularam mensagens SMS apelando "à revolta dos moçambicanos contra a subida do custo de vida". À cautela, a polícia PRM está a circular fortemente armada e tem feito disparos. A circulação para o aeroporto e para fora da cidade está interrompida. Há feridos a chegar ao hospital central. As últimas notícias apontam já para mortos.

O que está a acontecer, era amplamente previsível, dado o acumular de sinais de incompetência e corrupção: de forma totalmente arrogantante, os guebuzinos vêm subindo o preço do combustível, da eletricidade, do arroz, da água, do pão, etc.

A isto somam-se as vergonhas do atraso do "novo aeroporto chinês", do arrastar do estádio do Zimpeto (para o Mundial de Junho!), da desorganização dos jogos da Lusofonia, das negociatas sobre a FACIM, o escândalo do "Museu da Revolução", público, mas confiscado pelo partido no poder. E, claro, o inesquecível escândalo Momed Bachir Suleman.

O que é indismentível é que os moçambicanos têm hoje, um nível de vida inferior ao que tinham em 1996.

Todos os moçambicanos? Não!

Os guebuzinos estão mais gordos, com a pele mais brilhante e esticada. E, claro, com o dinheiro fora. Mas riem-se de quê?