15/01/2010

O clima sempre mudou

A Oscilação do Atlântico Norte - North Atlantic Oscillation (NAO) é uma gangorra (ou balancé) irregular de mudanças na pressão atmosférica entre a alta contínua sobre as Ilhas dos Açores, no Atlântico, e uma baixa que permanece sobre a Islândia. As mudanças da NAO fazem parte da complexa dinâmica entre oceano e atmosfera no Atlântico Norte, que ainda hoje é pouco compreendida.

Mas a NAO tem importância crítica, pois afeta a posição e a força de tormentas no Atlântico Norte, que levam chuva para a Europa e partes da Eurásia. Quando a baixa pressão persiste sobre a Islândia e a alta pressão se forma próximo a Portugal e os Açores, ventos de oeste persistem sobre o Atlântico Norte, tempestades de inverno são fortes, chuvas na Europa Setentrional são abundantes e temperaturas de inverno são amenas. Inverta-se o índice de "alto" para "baixo", quando a pressão é alta no norte e baixa no sul, e a Europa sofre com temperaturas muito mais frias de inverno enquanto os ventos de oeste ficam mais fracos. Um ar extremamente frio sopra do sul e do oeste do Pólo Norte e da Sibéria.

Ninguém conseguiu ainda prever as alterações da NAO, que pode permanecer em "alta" ou em "baixa" por sete anos ou mais, até mesmo por décadas, mas às vezes está sujeita a mudanças rápidas.

Há outro gradiente de pressão que também afeta os invernos da Europa. Durante "baixas" extremas, formam-se sistemas de alta pressão constante entre a Groenlândia e a Escandinávia. As temperaturas ficam então acima da média na Groenlândia e muito mais baixas do que o normal tanto no norte da Europa quanto no leste da América do Norte. Quando a pressão sobre a Groenlândia é mais baixa do que na Europa, invertem-se as temperaturas, e os invernos europeus são mais amenos. Essa "baixa na Groenlândia" deve ter persistido durante os séculos de aquecimento.

O comportamento da NAO depende de muitos factores complexos, entre eles as temperaturas da superfície da água no Atlântico, das águas mornas na Corrente do Golfo e dos poderosos mergulhos perto do sul da Groenlândia, que fazem com que grandes quantidades de água pesada, salgada, da Corrente do Golfo afundem bem abaixo da superfície dos oceanos para abastecer a corrente transportadora do oceano que circula água pelos mares do mundo. Existem ligações claras entre a NAO e as rotações complexas da oscilação no Pacífico Sul, que geram os fenómenos El Niño e La Niña, mas eles ainda não foram muito bem definidos.
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A Pequena Idade do Gelo
Durante os séculos XIII a XVIII houve um evento curioso nas latitudes médias. A temperatura média do planeta chegou a 1°C neste período. Um enfraquecimento na atividade solar e um aumento da actividade vulcânica foram as causas apontadas para este fenómeno.

Ciclos de fraca atividade solar durante este período foram notados por diversos observadores. Para se ter uma ideia, durante o período de 1645 à 1715, o Sol só apareceu 50 vezes, enquanto o normal seria de 40 a 50 mil para aquelas latitudes.

Período Quente Medieval
O período do século X ao XIV foi um período atipicamente quente para a Europa. Este aumento na temperatura foi o resultado de uma mudança na circulação local devido à alteração na salinidade do oceano Atlântico Norte.

Este período foi confirmado através de observações geológicas na Islândia que comprovaram que neste período não havia gelo. Além disso, os Vikings tiraram proveito deste período em que os mares nórdicos não estavam congelados e conquistaram várias terras na região.

O colapso da Mesopotâmia (aproximadamente 2000 a.C.)
O Império Mesopotâmio foi um dos mais prósperos durante os anos de 3000 a.C. e 1500 a.C. sob o governo da dinastia Akkad.

Durante o governo de Sargon de Akkad, por volta de 1130 a.C., começou o declínio deste império, graças ao clima. Os Mesopotâmios foram os primeiros a desenvolver uma agricultura de irrigação, por viverem em um ambiente árido (actualmente o Oriente Médio).

Os rios Tigre e Eufrates são alimentados pelo regime de ventos e mantinham um bom nível para a irrigação. Porém, conforme os anos passavam, o nível dos rios foi diminuindo, causando perdas nas colheitas e uma migração em massa da população para regiões mais ao sul, o que levou ao fim do império. Evidências geológicas e medições com instrumentação moderna apontam que o nível destes rios diminui em mais de 50% quando as águas do Nordeste do Oceano Atlântico encontram-se mais frias, alterando o padrão de circulação local.E foi o que de facto ocorreu naquela época.

in “Brian Fagan – Aquecimento Global