20/01/2011

Presidenciais: as lebres

Anunciada a candidatura de Manuel Alegre à Presidência, as hostes socialistas entraram transe.

A ala socretina, seriamente chamuscada pela anterior escolha de Soares nas eleições passadas, vê-se obrigada declarar o apoio a Alegre, já depois de estar assumido como candidato do Bloco de Esquerda.

Todavia, esse apoio é envenenado: na verdade, o secreto desejo é que Alegre se estampe e que o seu peso no PS se evapore.

A ala soarista, tomada de ódio ao traidor, não podendo afrontá-lo formalmente, fabrica um candidato alternativo.

É assim que sai da cartola um tal Fernando Nobre, o autopublicitado presidente da AMI, a sua agência de promoção.

Habituados a que, a cada crise humanitária, ele se exiba nas televisões em novo santo peditório, os olhos do público, menos atento, percebem agora que é um vulgar vaidoso e enrola os incautos.

Não podendo intervir em excesso na campanha contra o Presidente, a ala socretina coloca outra lebre a correr e com o estrito objetivo de lançar provocações, gerar insinuações, enfim, dizer aquilo que Sócrates deseja mas não pode dizer: é lançado um tal Defensor de Moura.

Em suma: duas lebres para distrair a matilha.