01/04/2011

Cenas alentejanas

Cena 1
Dois alentejanos depois de assaltarem um banco:
- Compadre, vamos contar o dinheiro?
- Nããã, esperamos e vemos logo no noticiário.

Cena 2
Algures no Alentejo, na época da cobrição.
Jaquinita, jovem vizinha, e amiga lá da casa há muitos anos, assiste espantada ao ato, em vias de ser consumado entre um viril touro de 330 quilos, e uma vaca.
Manuelito, inspirado pelo momento, não resiste e segreda ao ouvido da sua jovem vizinha:
- Gostava tanto de poder fazer aquilo Jaquinita...
A miúda responde prontamente:
- E porque é que na fazes? A vaca é tua!

Cena 3
Um alentejano está estendido debaixo de uma figueira de barriga para o ar e de boca aberta.
Cai-lhe um figo na boca e ele fica na mesma posição.
- Por que é que não comes o figo? - Pergunta-lhe o companheiro.
- Estou à espera que caia outro, para me empurrar este para baixo.

Cena 4
Estavam dois alentejanos sentados e diz um para o outro:
- Ei compadre, tem a mão inchada!
Responde o outro:
- Mais vale uma mão inchada do que uma enxada na mão!

Cena 5
Estavam dois alentejanos encostados a um chaparro, um deles volta-se para o outro e pergunta:
- Compadre, eu tenho a braguilha aberta?
O outro responde:
- Não, Compadre, não tem.
Responde o primeiro:
- Porra, então mijo amanhã!

Cena 6
Dois alentejanos, zangados há muito tempo, passam um pelo outro, num caminho.
Um deles leva um bovino à frente.
Diz o outro:
- Atão, vais passear o boi?
O outro, muito admirado:
- Atão essa agora, compadre? A gente nã se fala há tanto tempo, e vem agora cá com conversas! Além do mais enganou-se isto nã é um boi, é uma vaca.
Resposta do primeiro:
- Ê cá nã falê consigo. Foi com a vaca!

Cena 7
Uns lisboetas de viagem ao Alentejo vêem um alentejano junto a uma paragem de autocarro e, tentando entrar no gozo, perguntam:
- Comadres, a que horas chega aqui o autocarro da Rodoviária?
- A gente aqui na chama Rodoviária, é cameneta da carrêra!
- Mas compadre, a Rodoviária é a transportadora nacional!
- Já lhe disse, a gente aqui chama cameneta da carrêra!

Já irritado, o lisboeta vira-se e pergunta:
- E como é que chamam aos filhos da puta?
- A gente aqui nã os chama, eles vêem cá teri!

Cena 8
A jornalista tentava iniciar uma entrevista com um alentejano, que minuciosamente estudava o firmamento, debaixo do chaparro.
A jornalista: Aquele monte além dá trigo?
O alentejano: Na dá nada...
A jornalista: E dá batata?
O alentejano: Na dá batata, não...
A jornalista: Então, dá centeio?
O alentejano: Na dá nada...
A jornalista: E semeando milho?
O alentejano: ÁÁÁHHHHHHH, em semeando já é outra conversa...

Cena 9
Um alentejano anda a regar a horta. Começa a chover mas ele continua a regar. Passa um vizinho que lhe pergunta:
- Atão compadri está a choveri e vomeçê continua a regari?
Responde o agricultor:
- Ê cá nã preciso de favores de ninguém!

Cena 10
Um alentejano vai a Lisboa comprar o seu Mercedes último grito...
À vinda, entra na Auto-Estrada do Alentejo, liga o rádio e ouve:
- Atenção! Louco desvairado em sentido contrário na Autoestrada do Alentejo!
E diz o Alentejano:
- Porra! Não é um, são uma porrada delis!

Cena 11
Dois alentejanos foram à caça. Um deles, olha para o ar e vê um homem a fazer asa delta. O outro saca a arma e dispara! O amigo diz:
- Ó compadre, que pássaro era aquele?!
- Nã sei compadre, mas o sacana já largou o homem que levava!!!

Cena 12
Dizia uma comadre para outra:
- Ó comadre eu sou extremamente asseada, mudo de roupa interior três vezes por dia.
Diz-lhe então a outra:
- Ê também fui assim até aos dois anos, mas depois nunca mais foi necessário.

Cena 13
Dois alentejanos:
- Atão compadre, nã quêra lá ver que hoje de manhã fui dar com dois caracóis no mê quintali!
- Ah sim!? E atão o que é que você fez?
- Ah compadre! Um ainda o apanhei mas o outro... conseguiu fugir!