04/10/2010

Venda dos aneis

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) acaba de anunciar a venda da sua sede - Av. João XXI em Lisboa - ao seu Fundo de Pensões do pessoal, por um montante de cerca de 250 milhões de euros. Nessa operação estima obter uma mais-valia (lucro) de 103 milhões de euros.

Eis uma operação Robin dos Bosques.

Com esta "contabilidade criativa", a CGD toma uma decisão que, sendo obrigatoriamente do conhecimento do acionista - o Estado - visa obter , ainda em 2010, um lucro extraordinário que remunere esse mesmo acionista.

Essa mais-valia vai diretamente para equilibrar o Orçamento. Assim se percebe como o ministro Teixeira do Santos garantia tua fazer para cumprir o défice orçamental.

O governo socretino dirá que não interferiu na decisão "empresarial", "comercial" da CGD. Como se fosse credível que um qualquer conselho de administração de uma empresa dos Estado pudesse tomar tal decisão sem cobertura do ministro das Finanças e do primeiro-ministro.

Na verdade, esta manobra visa, no curto prazo, enganar Bruxelas com um equilíbrio fictício das contas públicas; a prazo, retira 103 milhões de euros desse fundo de pensões e aos respetivos empregados que terão as suas poupanças confiscadas.

Haverá mais vida para além do orçamento (*) ?

A gravidade da crise orçamental portuguesas está exposta na praça pública.
A bancarrota vai para debaixo do tapete.
A desvergonha está à solta.

(*) famosa frase mortal e inconsciente de Jorge Sampaio (PR) contra Manuela Ferreira Leite (MF), em 2003