24/07/2012

A Verdade...

O "camarada" Armando Guebuza diz que a história da Frelimo está a ser atacada. Ora, ninguém (moçambicano) tem atacado a história da Frelimo.


Que o senhor Guebuza se lembre com que emoção recebemos a Frelimo em 1974 depois dos Acordos de Lusaka. O que se tem atacado são os falsos depoimentos e não menos à falta de honestidade para se falar do que realmente aconteceu durante os 10 anos da Luta para a independência do país.


Descobrimos ao longo dos 37 anos que parte do que nos fizeram cantar É FALSO.


Começou-se a partir disso a questionar-se. Se não se questionasse, ainda ficaríamos com a história de que Eduardo Mondlane morreu no seu escritório. Estaríamos ainda a acreditar que quem matou Eduardo Mondlane foi Uria Simango. Se não se questionasse, não teríamos sabido aquilo que Fanuel Mahluza nos deixou e que por sinal nenhum desses fundadores da Frelimo, ainda vivos, ousou confrontá-lo.

Quem nunca se preocupou em saber a verdadeira história ainda acredita que Filipe Magaia foi morto por um tiro do exército colonial. Quem nunca questionou a história nunca saberá das circunstâncias da morte de Silvério Nungo. E aí muita coisa que nestes falsos depoimentos não se diz senão pôr uns a falarem como se estivessem com
jovens da minha geração, em 1974/75.


Guebuza e outros dirigentes da Frelimo devem saber que é o que ainda não foi contado que nos preocupa em saber e NUNCA MAIS aceitaremos cantar Joana, Verónica, Simango, Gumane, Murupa de reacionários.


Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos, Armando Guebuza, Mariano Matsinhe, etc. deviam ter tido coragem e talvez aproveitar este momento para se reconciliar com os outros fundadores da Frelimo e falarem dessa fundada em 1962, essa que faz 50 anos. Ao invés de procurarem desconhecidos para proclamá-los heróis, deviam convidar António Palange, Vicente Ululu, Paulo Murupa (diz-se que está vivo), João Craveirinha, Francisco Moisés Nota, António Disse Zengazenga, entre outros compatriotas para num debate franco e honesto, de reconciliação em volta da FRELIMO, Frente de Libertação de Moçambique, deixarem a verdadeira história do movimento sem se confundir com o partido Frelimo.


Como não tiveram essa coragem, continuaremos a procurar por via informal a versão da verdadeira história por ou- tros que a conhecem e isso não significa atacar a história da Frelimo, mas sim reconstruí-la.


António Kawaria