19/10/2011

Samora Machel

Em 19 de outubro de 1986, faz agora 25 anos e em consequência da queda em Mbuzini do avião em que viajava, morreu Samora Machel, o primeiro presidente de Moçambique independente.
A sua morte resultou de uma combinação de interesses americanos, sul-africanos e soviéticos, que, perante o persistente esforço de Samora em internacionalizar o conflito na África Austral (com ameaças de bombardear o Malawi), tiraram partido de divergências no seio da camarilha frelimista para o acidentarem na primeira oportunidade. Sebastião Marcos Mabote acabava de ser despromovido, Chissano e Guebuza entenderam-se quanto a travar o Kadafi moçambicano.

Agora que o corrupto Guebuza resolveu promover o "Ano Samora Machel", importa relembrar que, nessa altura, a ditadura samorista atingia as raias da locura.

Samora nunca foi flor que se cheire por mais que, os seus traidores de então, o tornem em santo: era prepotente, arrogante, vaidoso, libertino, megalómeno e tinha um gosto especial pela luxúria. O vinho, o queijo, os charutos e outros requintes burgueses enchiam o palácio, 

É por isso que temos de mostrar um leve sorriso perante as palavras de Ornila Machel, uma das filhas de Samora: "Se ressuscitasse, Samora Machel ficaria profundamente dececionado com a conduta de alguns dirigentes atuais e com a libertinagem no país e morreria no segundo seguinte!"

Ornila só conheceu o pai em 1975.
Ele, há muito, tinha passado para a Tanzânia e, consequentemente, abandonado a família, quer dizer, a mulher e filhos. Isso não o impediu de se casar novamente nos tempos da guerrilha, enviuvar mas, sucessivamente, lançar a escada sobre fêmeas. Chegado a Maputo, em junho de 1975, desconheceu a mãe de Ornila... e cercou a Graça Simbine!

Só por piada, se pode dizer que Samora faria diferente da atual camarilha frelimista. A História ainda está por fazer mas os podres da guerrilha estão a vir ao de cima.

Ornila só conheceu o pai em 1975. Depois disso, passou a ser visita do luxuoso Palácio Presendencial. Cá fora, o povo era preso e morria de fome e de guerra ...
Samora Machel, 25 de junho de 1975, acompanhado por Marcelino dos Santos, Chipande, Guebuza,
Mbanze e Siad Barre (presidente da OUA e Somália).
Na tribuna, saltitava Vasco Gonçalves, o primeiro-ministro do PCP